Lula, ex-presidente da República.| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas

A Polícia Federal (PF) suspeita que a empreiteira Odebrecht arcou com os custos da construção do Instituto Lula e outras propriedades ligados ao ex-presidente. O valor gasto pela empreiteira teria sido de R$ 12,4 milhões. Em um relatório onde pede o cumprimento de medidas na deflagração da nova fase da Lava Jato, o delegado Filipe Pace afirma que há uma anotação no celular do executivo Marcelo Odebrecht com a menção a palavra “prédio”.

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“Na nota, a palavra está acompanhada de ‘Vaca’, sendo que a conclusão alcançada foi a de que seriam disponibilizados recursos a João Vaccari Neto”, então tesoureiro do PT. De acordo com a PF, as anotações de Odebrecht revelam “o controle que o dirigente máximo do grupo Odebrecht tinha sobre a destinação de recursos, à margem da lei, ao Partido dos Trabalhadores”.

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A composição do valor repassado pela Odebrecht teria sido feita da seguinte maneira, de acordo com o relatório da PF: três vezes o valor de R$ 1.057.000,00, acrescidos de R$ 8.217.000,00 mais R$ 1.034.000,00.

De acordo com a PF, pela experiência nas investigações, “a negociação de vantagens indevidas, quando se referiam a transferências bancárias no exterior ou disponibilização do recurso em espécie, permaneciam, geralmente, em números inteiros – tal como R$ 500 mil, R$ 1 milhão, R$ 1,5 milhão”.

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Por isso, a PF desconfia que os valores repassados pela Odebrecht seriam para pagamento de produtos e mão de obra. “A conclusão de maior plausibilidade seria a de que o Grupo Odebrecht arcou com os custos da construção da sede da referida entidade e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva”, diz o delegado no relatório.

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No relatório, o delegado destaca que a investigação “não se presta a buscar a condenação e a prisão de A ou B. O ponto inicial do trabalho investigativo é o de buscar a reprodução dos fatos. Em relação a Lula, o delegado age com cautela em relação as investigações. “O possível envolvimento do ex-presidente da República em práticas criminosas deve ser tratado com parcimônia, o que não significa que as autoridades policiais devem deixar de exercer seu mister constitucional”, diz o relatório.