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Atualizado em 10/8/2006, às 19h40

A CPI dos Sanguessugas aprovou nesta quinta-feira, com apenas um voto contra e uma abstenção, o relatório preliminar do senador Amir Lando (PMDB-RO) que recomenda a cassação do mandato de 72 parlamentares suspeitos de envolvimento com a máfia das ambulâncias. Entre eles está o deputado federal Íris Simões (PTB), do Paraná.

Na lista, estão 69 deputados e três senadores. Ao todo, os partidos da base do governo têm 62 parlamentares denunciados pela CPI. O número foi antecipado em reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal "O Globo".

Senadores e deputados que integram a CPI dos Sanguessugas atenderam ao pedido do presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), e compareceram em peso à sessão em que o relatório foi votado. Havia um acordo de líderes para pedir vista do documento por uma semana, mas o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), encarregado do pedido, desistiu.

Falando pelo PMDB, cujo líder no Senado, Ney Suassuna (PB), responderá a processo de cassação no Conselho de Ética, Wellington Salgado disse ter percebido que era tempo perdido pedir vista, já que a CPI estaria disposta a aprovar o relatório sem alterações. Ao fim da sessão, Biscaia disse que está com a sensação do dever cumprido.

Os processos contra 69 deputados citados no relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas não serão abertos no Conselho de Ética antes das eleições . A relação que a CPI vai enviar à Mesa Diretora da Câmara será encaminhada depois à Corregedoria da Câmara. Por conta de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a Corregedoria é obrigada a dar prazo de cinco sessões no plenário da Câmara para que os acusados apresentam sua defesa.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos sub-relatores da CPI dos Sanguessugas, defendeu um rito sumário no Conselho de Ética para os parlamentares que receberam dinheiro diretamente em suas contas. Ele quer que os 15 parlamentares respondam a um processo que dure apenas um dia.

- Os parlamentares que estão mais enrolados, que são os que receberam dinheiro direto em suas contas, devem ser julgados num único dia no Conselho de Ética. Esses são os casos pegos com batom na cueca - disse Gabeira.

Dezoito deputados estão no relatório como absolvidos por falta de provas, entre eles a deputada Teté Bezerra (PMDB-MT), mulher do ex-senador Carlos Bezerra. O nome foi o último a ser confirmado entre os absolvidos, já na madrugada desta quinta-feira.

Absolvido pelo relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas, o deputado Josias Quintal (PSB-RJ) informou nesta quinta-feira que não vai retornar ao Conselho de Ética, colegiado do qual era titular. Quando seu nome apareceu nas investigações, Quintal se afastou do Conselho e de outras comissões do Congresso. Ele disse que agora, mesmo absolvido, pretende manter sua decisão de não retomar as funções no Conselho e nas comissões para se dedicar exclusivamente à campanha por mais um mandato na Câmara dos Deputados.

- Eu não tinha dúvida de que seria absolvido. Meu nome não deveria nem ter aparecido nesse caso. Agora o estrago está feito e vou retomar a minha campanha - disse.

Com a renúncia de Josias Quintal, o PMDB volta a assumir a vaga no Conselho. Josias foi indicado para o Conselho quando ainda era filiado ao PMDB.

Veja quem são os 72 parlamentares que vão responder a processo de cassação

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