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A Coordenação de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) suspendeu, de forma preventiva, o uso e a venda do medicamento hospitalar Expan 6%, solução injetável, por suspeita de contaminação microbiológica. De acordo com a pasta, 29 pacientes apresentaram reações ao medicamento. Nenhuma morte foi confirmada. No fim da noite desta sexta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária interditou o lote do produto .

Injetado diretamente na veia, o medicamento evita a falência de órgãos, como cérebro, rins e intestino. Se o paciente receber um produto contaminado, o quadro se agrava e pode causar infecção generalizada. O produto é usado por hospitais e pronto-socorros em situações de emergência médica (casos de trauma) e em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Portanto, quando receberam a medicação sob suspeita, todos os pacientes já estavam em estado grave.

O expansor é ministrado para manter irrigadas partes do corpo do paciente — como rim e cérebro, por exemplo — enquanto ele aguarda uma transfusão de sangue.

- Existe uma forte suspeita e, por isso, suspendemos o uso do produto e, partir disso, temos 90 dias para investigar o que aconteceu. Todo mundo que tiver esse produto tem que parar usar - diz Marisa Lima Carvalho, responsável pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da capital.

- Quando você tem o problema em um lote, significa que pode ter em todos. É um problema no processo de produção - diz Marisa Carvalho.

Marisa chegou a comparar a situação com o caso do Celobar, medicamento contaminado com carbonato de bário que provocou a morte de 21 pessoas em Goiás e em outros estados do Brasil, em 2003.

O problema teria sido detectado em pelo menos dois hospitais de São Paulo. Amostras do medicamento contaminado serão encaminhadas para exames no Instituto Adolfo Lutz e os casos clínicos serão investigados.

O Expan 6% é fabricado pela Indústria Claris, da Índia, e importado por Claris Produtos Farmacêuticos do Brasil. A importadora nega o número de casos apontado pela SMS e se diz vítima de informações incorretas.

O Hospital 9 de Julho, na região central da Capital, informou, em nota, que 29 pacientes internados receberam medicação para expansão plasmática, sendo que só "parte desses apresentou reações adversas".

O hospital retirou o medicamento, encaminhou amostras para exames e análise laboratoriais e notificou o laboratório responsável pela importação do medicamento e os órgãos competentes, inclusive a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Todos (os pacientes) se encontram em condições clínicas estáveis, não tendo ocorrido nenhuma complicação grave desses pacientes", informou o hospital, que lembrou que o medicamento usado está devidamente registrado e aprovado na Anvisa.

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