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Renan: críticas foram interpretadas como insatisfação por ter tido aliados removidos do governo. | Paulo Whitaker/Reuters
Renan: críticas foram interpretadas como insatisfação por ter tido aliados removidos do governo.| Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez nesta quinta-feira (30) duras críticas à presidente Dilma Rousseff e ao PT – em mais um sinal de afastamento em relação ao Palácio do Planalto. Disse que Dilma não vai fazer o pronunciamento na tevê no Dia do Trabalho porque “não tem o que dizer”. Também acusou o PT de aparelhar o Estado e criticou a atuação do vice-presidente Michel Temer (um peemedebista como Renan) à frente da coordenação política do governo. As críticas foram interpretadas no meio político como um recado de insatisfação de Renan contra remoção de aliados do alagoano de cargos importantes.

Em nota, Michel Temer rebate o presidente do Senado

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Em nota, o vice-presidente da República, Michel Temer, rebateu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Temer afirmou que não usará o cargo “para agredir autoridades de outros Poderes” e ressaltou que o “país precisa, neste momento histórico, de políticos à altura dos desafios que hão de ser enfrentados”.

O posicionamento de Temer, que também é presidente nacional do PMDB, ocorreu menos de três horas depois de o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticá-lo. “Não usarei meu cargo para agredir autoridades de outros Poderes. Respeito institucional é a essência da atividade política, assim como a ética, a moral e a lisura. Não estimularei um debate que só pode desarmonizar as instituições e os setores sociais”, rebateu Temer na nota.

O vice ressaltou ainda que o país precisa de políticos à altura para enfrentar os problemas da área econômica. “Trabalho hoje com o objetivo de construir a estabilidade política e a harmonia ensejadoras da retomada do crescimento econômico em benefício do povo brasileiro. Se outros querem sair desta trilha, aviso que dela não sairei”, conclui o vice-presidente.

“O pior papel que o PMDB pode fazer é substituir o PT naquilo que o PT tem de pior, que é no aparelhamento do Estado. O PMDB não pode transformar a coordenação política, sua participação no governo, em uma articulação de RH [Recursos Humanos], para cargos e boquinhas”, afirmou Renan. Temer foi escalado pela presidente Dilma Rousseff para comandar a distribuição de cargos no segundo escalão para acalmar o PMDB. Nas últimas semanas, o vice tem trabalhado para distribuir entre os membros da base aliada cargos como a presidência de autarquias e a direção de departamentos vinculados a ministérios. Segundo Renan, Temer deveria trabalhar para melhorar a coalização que dá sustentação ao governo. “O papel é esse, não o retrocesso que essa distribuição de cargos significa”, disse.

Questionado se ele iria pedir para os seus apadrinhados políticos deixarem os cargos, Renan desconversou. “O que não quero é participar do Executivo. Não vou indicar cargo no Executivo. Esse papel hoje é incompatível com o Senado independente. Prefiro manter a coerência do Senado independente, não participando de forma nenhuma de indicação de cargos no Executivo”, afirmou.

Renan também criticou a recusa da presidente em convocar rede nacional de rádio e televisão para se pronunciar no 1.º de Maio. “Certamente a presidente não vai falar no dia 1.º de Maio porque não tem o que dizer. Por isso eu estou propondo um pacto em defesa do emprego. Assim como nós temos meta de inflação, meta de superávit fiscal, nós precisamos ter meta de emprego”, disse o peemedebista.

Nos bastidores, a especulação é de que Dilma quer evitar um novo “panelaço”, como ocorreu no Dia da Mulher, em 8 de março. Dilma vai divulgar mensagens aos trabalhadores apenas na internet.

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