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O presidente do Senado, Renan Calheiros, que está sendo investigado sob a suspeita de ter contas pessoais pagas por um lobista, também seria dono de participações em veículos de comunicação alagoanos adquiridas por meio de "laranjas", segundo reportagem da revista "Veja" que começou a circular neste sábado (4).

De acordo com a revista, Renan comprou participação societária em duas rádios e em um jornal de Alagoas sem informar a Receita Federal, a Justiça Eleitoral ou o Congresso Nacional. A revista, porém, afirma ter tido acesso a documentos que comprovam a ligação do presidente do Senado com as empresas.

Segundo a revista, ele é dono de duas emissoras de rádio avaliadas em R$ 2,5 milhões e, até 2005, foi sócio de um jornal avaliado em R$ 3 milhões. O diário em questão é "O Jornal", segundo mais lido do estado e concorrente direto da "Gazeta de Alagoas", de propriedade da família Collor.

O G1 tentou, sem sucesso, falar com o senador Renan Calheiros no fim da manhã deste sábado. Um dos celulares está programado para não receber chamadas e, por volta das 12h, a reportagem deixou recados em outro telefone da assessoria de imprensa do parlamentar. Eleição para governador

A reportagem diz que a operação de compra de participação em empresas de mídia começou em 1998, quando o senador planejava concorrer ao governo de Alagoas, mas encontrava resistência de seu ex-aliado Fernando Collor.

Para comprar o jornal e fazer oposição à família Collor, afirma "Veja", Renan procurou o usineiro João Lyra, ex-sogro de Pedro Collor, propondo sociedade. Segundo a revista, cada um entrou com R$ 1,3 milhão e, como o senador não tinha todo o dinheiro de sua parte, Lyra lhe emprestou R$ 700 mil, que foram pagos em parcelas mensais ao longo de 1999.

Conforme a revista, os pagamentos ao usineiro foram feitos, mas o senador não usou banco, cheques ou qualquer meio de comprovação eletrônico. De acordo com pessoas envolvidas com o negócio, "às vezes o dinheiro vinha em dólares, às vezes em reais". A reportagem afirma que o restante da parcela a ser paga por Renan teve o empresário Tito Uchôa, primo do senador, como portador, embora não se tenha certeza da origem do dinheiro.

'Portador'

Foi Tito quem teria pago os proprietários de "O Jornal" em quatro parcelas - uma de R$ 350 mil e três de R$ 100 mil, conforme a reportagem. O antigo dono da publicação, Nazário Ramos Pimentel, disse a "Veja" ter vendido suas empresas para Lyra, mas admitiu que a negociação também envolveu o senador.

O texto afirma que o negócio entre Renan e João Lyra foi desfeito em 2005 por divergências de administração. Na "partilha", continua a revista, o usineiro ficou com "O Jornal" e Renan com a Rádio Correio e a JR Radiodifusão.

Negócio desfeito, um dos filhos do presidente do Senado, José Renan Calheiros Filho, foi admitido como sócio da JR Radiodifusão, segundo documento reproduzido no texto.

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