Renan Calheiros nega participação em fraude.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Denúncia publicada pela revista IstoÉ relaciona o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a um golpe que teria desviado R$ 100 milhões dos cofres da previdência dos funcionários dos Correios (Postalis) e da Petrobras (Petros). De acordo com a revista, Calheiros teria ficado com R$ 30 milhões do montante. Outros dois parlamentares, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI da Petrobras, teriam ficado com R$ 10 milhões cada um.

CARREGANDO :)
Veja também
  • Presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez são presos em nova operação da Lava Jato
  • Executivo da Odebrecht diz que Youssef pediu doação de campanha
  • Marcelo Odebrecht: ‘o hóspede mais poderoso’ da carceragem da Polícia Federal

O inquérito consiste em um depoimento de Reinaldo Souza da Silva, funcionário do grupo Galileo Educacional, empresa criada pelo grupo para supostamente desviar o dinheiro e está para ser enviado ao Supremo Tribunal Federal pelo fato de os envolvidos terem foro especial.

Publicidade

“Para desviar os recursos dos fundos de pensão, os acusados, segundo a investigação da PF, montaram o grupo Galileo Educacional a fim de assumir o comando das Universidades Gama Filho e UniverCidade, ambas no Rio de Janeiro, que passavam por dificuldades financeiras. Para fazer dinheiro, o grupo Galileo lançou debêntures que foram adquiridas pelo Postalis e pelo Petros. De acordo com a PF, a operação foi feita apenas por influência política e sem nenhum critério técnico”, diz trecho da reportagem.

Ainda de acordo com informações da revista, o dinheiro não chegava às universidades, sendo desviado “para um emaranhado de empresas”. Parte dos valores seria remetido a Renan, Lindbergh e Luiz Sérgio. “Em pouco menos de um ano, o MEC [Ministério da Educação] descredenciou boa parte dos cursos de ambas universidades e os fundos arcaram com o prejuízo”, afirma o texto.

“Os envolvidos montaram todo um simulacro com aparato administrativo, financeiro e jurídico para angariar recursos em uma estrutura que não tinha qualquer comprometimento com a proposta educacional”, explica à IstoÉ o delegado Lorenzo Pompilio, que comanda o inquérito.

Quem liderou o esquema teria sido o advogado Marcio André Mendes Costa, responsável por criar o grupo Galileo. Ex-conselheiro da OAB-RJ, o advogado tem influência no meio político. Segundo a revista, advoga para Furnas e “trabalha há anos para a família do ex-senador Wellington Salgado, do PMDB mineiro, antigo aliado de Renan Calheiros”.

Ao Congresso em Foco, Renan, Lindenberg e Luiz Sérgio negaram veementemente qualquer participação no esquema de corrupção.

Publicidade