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A reportagem publicada na última edição da revista Veja reforça a suspeita de que o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiróz usou métodos ilegais para investigar autoridades influentes do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de pessoas do círculo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o filho Fábio Luiz da Silva, o Lulinha.

As primeiras denúncias antecipadas pela revista já são conhecidas, como as suspeitas de que o ex-ministro José Dirceu e os senadores do DEM Heráclito Fortes (PI) e ACM Júnior (BA) teriam atuado como lobistas do dono do grupo Opportunity, Daniel Dantas. A revista indica que a Polícia Federal começou a divulgar os arquivos pessoais do delegado que comandou a Operação Satiagraha – instalada para investigar apenas o banqueiro Dantas, mas que teria ido além de suas atribuições e feito escutas clandestinas, vídeos e fotos de uma série de políticos, magistrados e jornalistas.

Veja apresenta os motivos que teriam levado Protógenes a investigar nomes como o do ex-ministro José Dirceu, chamado de "Zeca Diabo" pelo delegado; o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger; o assessor do Planalto Gilberto Carvalho; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; e os senadores do DEM Heráclito Fortes (PI) e ACM Júnior (BA).

A reportagem se baseia em supostos documentos encontrados em "pen drives" do delegado e no depoimento de um agente da Abin que trabalhou na Satiagraha à Polícia Federal. No dia 17 de setembro de 2008, o espião Lúcio Fábio Godoy de Sá relatou que Protógenes disse para ele que a investigação envolvia espionagem internacional e era de interesse de Lula. O presidente queria a apuração dos fatos pois até o seu filho Fábio teria sido cooptado pela organização criminosa, como teria relatado o delegado ao espião. A revista pondera que a suspeita sobre Fábio se deve a um fato conhecido: a contratação pela Brasil Telecom, controlada por Daniel Dantas, da Gamecorp, produtora de games do filho de Lula. Dantas dava R$ 100 mil por mês a Fábio, segundo a revista. Os arquivos encontrados num apartamento de Protógenes Queiróz no Rio indicam, segundo a revista, que o delegado colecionava também histórias de alcova. Protógenes teria investigado a vida pessoal de Dilma Rousseff, a candidata de Lula ao Planalto em 2010.

Sobre José Dirceu, associado ao pistoleiro Zeca Diabo da telenovela O Bem Amado, o delegado suspeitava, de acordo com Veja, que era consultor de Dantas e de empresários como Eike Batista, e Norberto Odebrecht e dos grupos JP Morgan e Camargo Gutierrez. Trecho de um depoimento de uma pessoa que não tem o nome revelado, publicado pela revista, diz que um grupo controlado por Dirceu teria faturado R$ 800 milhões num negócio de indenização a pescadores da Baía de Guanabara vítima de derramamento de óleo. Veja relata ainda que a PF ainda não conseguiu abrir arquivos digitais do delegado, protegidos por senhas. Um desses arquivos é intitulado "Serra". A revista não informa se o nome do arquivo é uma referência ao governador José Serra.

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