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| Foto: Beto Barata/Agência Senado

Dois dos três parlamentares paranaenses já discursaram na tribuna do Senado Federal sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT): Alvaro Dias (PV) e Roberto Requião (PMDB).

O primeiro falar, por volta das 20h, foi Dias, que se posicionou favoravelmente ao processo contra a petista. Já Requião foi contrário ao impeachment.

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Alvaro Dias, 26º senador a discursar, ressaltou que Dilma “feriu os alicerces básicos da Lei de Responsabilidade Fiscal” e que houve dolo da presidente na prática e crime, com as chamadas pedaladas fiscais. Ele destacou ainda que já vinha alertado para a necessidade de impeachment de outro presidente petista, na época do escândalo do mensalão.

“Em 2005, em meio ao escândalo do mensalão na CPI dos Correios, sugeri o impeachment do presidente Lula. Naquele momento ele estava em alta popularidade e fiquei só”, discursou. Ele fez um resumo dos escândalos que se sucederam ao mensalão nos governos petistas. “Se as providências adequadas fossem tomadas no tempo devido, hoje o Brasil não estaria assistindo a isso”, declarou.

Depois, Alvaro citou a operação Lava Jato e disse que o atual governo, “na esteira de uma organização criminosa, promoveu a consagração da incompetência administrativa”. O político destacou ainda o papel das “multidões” no encaminhamento do pedido de impeachment. Para ele, houve mudanças no comportamento popular, das instituições, e deve haver, a partir de agora, uma mudança no comportamento dos políticos.

Dias defendeu ainda mudanças no “modelo de balcão de negócios” como solução para a governabilidade. “É possível governar o país sem o balcão de negócios, adotando medidas que provoquem impacto na opinião pública, reformas essenciais, insubstituíveis, que ressuscitem, o governo que consegue mudanças tem apoio popular, e governo que tem apoio popular, tem o apoio do Congresso”, declarou.

O paranaense encerrou seu discurso pedindo “esperança” aos jovens brasileiros e citando uma frase do Papa Francisco. “Já zombaram muito, já nos roubaram demais, não permitam que lhes roubam a esperança de um mundo melhor”, finalizou.

2º senador paranaense

Já Roberto Requião fez um discurso completamente diverso de Dias e encerrou sua fala chamando o processo de impeachment de Dilma de “besteira e monumental asneira”.

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Para ele, não há crime de responsabilidade . “É evidente que crime de responsabilidade não correu e, se tivesse ocorrido, teria ocorrido em 16 estados brasileiros, inclusive no estado do relator [senador Antonio Anastasia]”, cutucou.

O senador centralizou sua fala nos problemas econômicos do governo brasileiro e destacou que, “por dezenas de vezes”, subiu à tribuna do Senado para criticar a condução da área durante a gestão da petista. “Por isso, me sinto confortável para conversar sobre o processo de impeachment, que tem duas razões: política e governamental”, disse, explicando cada uma delas.

Para o peemedebista, uma série de erros na condução da política econômica, somada à insatisfação popular e à falta de habilidade da presidente nas tratativas com o Congresso, além de uma onda de “utopia neoliberal”, levaram à votação desta quarta-feira. Porém, para ele, a solução é um governo de coalização nacional, com a participação de diversos partidos políticos, que elaborariam um programa a ser discutido pela população.

Requião também criticou a “ideia liberal” que circunda um possível governo de Michel Temer, afirmando que o mesmo plano foi seguido por países europeus que acabaram afundando ainda mais em crises econômicas. Para ele, os que estão “animados” com uma mudança na área representam “uma espécie de meninos aprendendo a jogar xadrez pela primeira vez, que não conseguem observar as próximas jogadas”.

Ao fim do discurso, Requião destacou que foi cabo eleitoral de Dilma no Paraná e que também se sente “frustrado” com o não cumprimento dos compromissos de campanha da petista. “Porque acabaram cumpridos os compromissos de campanha da oposição, que hoje diz que ela errou”, disse. Para o peemedebista, o impeachment “só pode nos levar a um desastre muito maior”.

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