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Ministro Ricardo Barros alega que já foi possível economizar R$ 2 bilhões em gastos com saúde. | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Ministro Ricardo Barros alega que já foi possível economizar R$ 2 bilhões em gastos com saúde.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O paranaense Ricardo Barros completa 200 dias no comando do Ministério da Saúde. Nesse período, colecionou polêmicas, mas garante que o saldo foi positivo, pois teria sido possível realizar muito do que pretendia.

Na entrevista de balanço do ano, Barros fala sobre alguns dos projetos que executou no ministério e discorre também sobre questões políticas. Ele avalia que a crise permitiu que o Brasil começasse a fazer reformas e admitiu o viés político de sua indicação para o cargo do primeiro escalão.

Qual a avaliação que faz de 2016?

Estou muito satisfeito com a gestão no Ministério [da Saúde] e acho que o país termina o ano numa estabilidade política e num avanço nas reformas praticamente impensável. Jamais seguiríamos a esse ritmo sem as crises que passamos. A crise tem ajudado o Brasil a tomar medidas necessárias para o retorno do crescimento econômico. E no ministério estamos consolidando reduções de custos com muitos novos serviços sendo oferecidos à população.

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O senhor parecia fadado a ser ministro da Saúde. Primeiro foi cogitado no governo Dilma Rousseff e depois foi efetivado na gestão Michel Temer. O que o torna tão indicado para o cargo?

O fato de o nosso partido ter sido o ponto decisivo na questão do impeachment. Quando nós tomamos a nossa posição, decidimos o jogo. Por isso é que houve a oferta de um espaço para o partido, primeiramente pela presidente Dilma, que depois foi mantido pelo governo Temer, quando a maioria da bancada optou pelo voto pelo impeachment.

Olhando para o passado, como explicar a mudança brusca de posição em relação ao impeachment...

Eu era vice-líder do governo Dilma. Então era natural que eu apoiasse o governo. Aí quando o processo de impeachment se instalou, houve a construção de opinião pública, que se refletiu no Congresso. Temos que primar pela unidade partidária e quando a maioria da bancada decidiu pelo impeachment, não nos restou outra coisa a não ser ir ao Palácio [do Planalto] para comunicar a posição.

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Como está o andamento do processo na Comissão de Ética, em função de denúncia de atuação irregular durante a campanha eleitoral?

Não há desfecho ainda. Mandei a defesa, mas ainda está sob análise.

O senhor se comprometeu a cortar R$ 3 bilhões de gastos em saúde no primeiro ano como ministro. O que já foi possível fazer?

Tem algo em torno de R$ 2 bilhões de eficiência, já reaplicados em mais serviços nesses 200 dias. Completo um ano em maio e até lá eu espero passar dos R$ 3 bilhões em economia.

Em que áreas aconteceram cortes?

O maior volume é aquisição de medicamentos, depois reforma administrativa e revisão de contratos e serviços.

Mas como conseguiu diminuir os gastos com medicamentos?

Chamei os laboratórios todos para uma renegociação. Mudei o sistema de compras, fazendo aquisições conjuntas. Tem produtos que o laboratório tem patente e aí ele coloca o preço que ele quer. Mas se faz uma compra conjunta, aí tem concorrência. Também colocamos no site todos os contratos de compra, com o valor, a quantidade e de quem nós compramos, para facilitar a pesquisa dos laboratórios. E temos recebido boas propostas de trocas de produtos.

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Foram muitas as polêmicas no início da gestão no ministério. Parece que tem fugido de confusões nos últimos dois meses...

Não. Tenho respondido da mesma forma de antes. Só que agora, diante da demonstração de domínio, com resultados positivos, há um entendido de que os posicionamentos que eu havia externado são corretos. Naquele momento havia um governo transitório, era natural a contestação de tudo o que eu falava. Mas passou essa fase. Mas agora eu repita as mesmas coisas, mas agora não tem esse efeito de contestação.

E o plano de ter mais brasileiros no programa Mais Médicos?

Fiz um edital para mil vagas preferencialmente para brasileiros e já temos sete mil inscritos.

Avançou a regulamentação da chamada pílula do câncer?

Não. Nenhum laboratório solicitou o registro do produto. Enquanto isso não acontecer, não tem como analisar a eficácia. Eu não estou dizendo que funciona ou que não funciona.

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O projeto de oferecer planos de saúde a preços populares avançou?

O grupo de trabalho chegou a algumas conclusões e encaminhou essas propostas para a Agência Nacional de Saúde Suplementar, que decidirá se aquelas sugestões serão ou não autorizadas para o mercado. Mas isso vai depender de análise técnica. E só serão aquelas que forem aprovadas.

O que tem a dizer para quem achou que o senhor não terminaria o ano como ministro?

Eu? Nada. Tenho apenas contas a prestar.

Que lições ficam das duas derrotas eleitorais na família Barros em 2016, com Silvio Barros na prefeitura de Maringá e Maria Victoria em Curitiba?

Estamos na política para servir e, então, nunca somos derrotados. A população escolhe. Nós temos a vice-governadora Cida Borghetti, eu sou deputado federal e agora sou ministro, a Maria Victoria é deputada estadual e o Silvio Barros termina o mandato bem avaliado. Acho que a população tem nos dado boas oportunidades de mostrar serviço.

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