• Carregando...
Beto Richa em reunião com o vice-presidente Michel Temer e Rocha Loures, ontem à tarde | Divulgação/Vice-Presidência
Beto Richa em reunião com o vice-presidente Michel Temer e Rocha Loures, ontem à tarde| Foto: Divulgação/Vice-Presidência

2014

Reunião com caciques do PMDB inclui discussão de estratégia eleitoral

O governador Beto Richa (PSDB) concentrou a agenda política da viagem a Brasília em encontros com cinco lideranças do PMDB. O tucano teve diferentes conversas com o vice-presidente da República, Michel Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Alves, o presidente nacional da legenda, senador Valdir Raupp, e o líder da sigla na Câmara, Eduardo Cunha. Além da liberação dos empréstimos, ele pediu apoio à instalação de quatro tribunais regionais federais, um deles no Paraná, aprovada pelo Congresso e suspensa temporariamente por decisão do presidente do STF, Joaquim Barbosa. O foco nos peemedebistas também envolve a estratégia eleitoral para 2014. Na conversa com Temer, por exemplo, Richa exaltou o bom relacionamento que mantém com o partido no Paraná. "Ele [Richa] inclusive frisou para o vice-presidente que conta com a presença do PMDB no seu secretariado", disse o chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência, Rodrigo Rocha Loures, que participou da reunião. Apesar de contar com dois secretários estaduais peemedebistas e com o apoio da maioria da bancada do partido na Assembleia, Richa não conseguiu consolidar o apoio do PMDB para as próximas eleições. Por enquanto, o partido está rachado entre apoiá-lo, ficar ao lado da possível candidatura da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), ou lançar um nome próprio. Além dos peemedebistas, Richa também teve encontros com os presidentes nacionais do PSDB, Aécio Neves; do PR, senador Alfredo Nascimento; e com o deputado federal paranaense Abelardo Lupion (DEM).

O governador Beto Richa (PSDB) realizou ontem uma série de encontros políticos em Brasília em busca de apoio para a aprovação de seis empréstimos que totalizam R$ 2,258 bilhões. Segundo ele, o estado está prestes a eliminar todas as pendências no Cadastro Único da União (Cauc). Os problemas têm afetado a liberação dos financiamentos pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

INFOGRÁFICO: Veja como está o andamento dos empréstimos negociados pelo governo do estado

Reportagem publicada pela Gazeta do Povo em março mostrou que, na época, o Paraná era a unidade da Federação com o maior número de pendências detectadas pelo cadastro. O Cauc é uma ferramenta do governo federal que afere o cumprimento de requisitos fiscais para o repasse de transferências voluntárias da União para estados e municípios. Dos 14 itens verificados pelo sistema, o governo paranaense não atendia seis (43%), que se dividiam em um total de 42 problemas.

"Conseguimos resolver todas essas pendências e agora temos apenas uma que é o limite de gastos na área de saúde, que está para ser avaliada a qualquer momento no Supremo Tribunal Federal [STF]", disse Richa. Entes com problemas no Cauc ficam em situação comparável à de um cidadão com "nome sujo" no Serviço de Proteção ao Crédito. Eles ficam impedidos de firmar novos convênios com a União, normalmente utilizados para investimentos como a construção de estradas ou escolas.

Pendências

Até ontem à tarde, no entanto, o site da STN ainda apontava o não atendimento de dois itens pelo governo do Paraná. Segundo o sistema, não havia comprovação de regularidade quanto a tributos e contribuições federais e à dívida ativa da União e da aplicação mínima de recursos com saúde. De acordo com o procurador-geral do estado, Julio Cesar Zem Cardoso, o primeiro caso é burocrático e deve ser resolvido nos próximos dias com a apresentação de um documento de declaração de movimentação financeira da Secretaria de Estado de Obras Públicas.

O segundo é referente ao descumprimento da determinação constitucional da aplicação de 12% do orçamento do estado em saúde. Para superar essa pendência, o estado ingressou com uma ação cautelar no STF na semana passada. O processo tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso e a expectativa do procurador-geral é de que uma decisão favorável ao estado seja tomada até a próxima semana.

Além do Cauc, Richa afirmou que também resolveu problemas apontados pela STN quanto aos gastos com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Os questionamentos travaram inicialmente a liberação de um empréstimo de R$ 817 milhões negociado com o Banco do Brasil. "Temos uma capacidade de endividamento de sobra para contrair todos esses empréstimos", declarou o governador.

Das seis negociações em andamento, três são internacionais e dependem da aprovação da STN e do Senado. O empréstimo de US$ 350 milhões do Banco Mundial já passou pela Casa (está pendente na STN) e os outros dois do Banco Interamericano de Desenvolvimento – que somam US$ 127,2 milhões – devem chegar dentro de dois meses, segundo previsão do governador. Há outras duas negociações nacionais, uma com a Caixa Econômica Federal (R$ 185 milhões) e outra com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (R$ 158 milhões).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]