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O governador Beto Richa (PSDB) disse ontem que o governo federal tem agido como "agiota" nos contratos da dívida com estados e municípios. Segundo o tucano, as dívidas com a União são impagáveis graças aos juros altíssimos que são cobrados. Durante uma solenidade de repasse de recursos a diversos municípios paranaenses para o combate à dengue, Richa exigiu a mudança do indexador da dívida e a repactuação na distribuição dos recursos arrecadados pela União.

Para exemplificar as críticas, Richa citou a dívida do Paraná de R$ 5 bilhões com a União. Segundo ele, R$ 9 bilhões já foram pagos e, ainda assim, restam outros R$ 9 bilhões a pagar. "Isso não é um lamento, mas a constatação da dura realidade enfrentada por todos os estados do país. É uma bola de neve que empobrece cada vez mais os estados e reduz nossa capacidade de investimentos", disse. Na sequência, cobrou "de forma dramática" a revisão do indexador da dívida do atual IGP-DI mais 6%, no caso paranaense, para o IPCA mais 2%. Uma proposta já tramita no Congresso prevendo a redução para a Selic ou o IPCA mais 4%, o que for menor.

Richa também reclamou que estados e municípios recebem cada vez mais atribuições e responsabilidades, enquanto os repasses da União seguem na contramão. "Há dez anos, a União investia 70% em saúde pública, e estados e municí­pios investiam 30%. Hoje, é o inverso", declarou. "As últimas medidas da União no setor elétrico, na redução do IPI dos automóveis, na exclusão da Cide tiraram do Paraná cerca de R$ 1 bilhão."

Na semana passada, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), também havia chamado a União de "agiota" na questão da dívida com estados e municípios ao cobrar uma taxa de juros superior ao que paga ao mercado para rolar a sua própria dívida.

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