Rossoni e Richa: aliado comandará partido durante proceso eleitoral| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Alianças

De olho na eleição, Ratinho Jr. inicia namoro com PV

O deputado federal Ratinho Jr. (PSC), pré-candidato a prefeito de Curitiba, se reuniu ontem com integrantes do PV para negociar uma possível aliança para disputar a prefeitura da capital nas eleições de outubro. Ao final do encontro, o parlamentar confidenciou: "Estamos namorando". Como a presidente estadual do PV, a também deputada federal Rosane Ferreira, não pôde comparecer à reunião, um novo encontro pode ocorrer na próxima semana.

De acordo com o deputado estadual Roberto Aciolli, que preside o PV em Curitiba e esteve no encontro, existe a possibilidade do partido acertar a coligação com o PSC de Ratinho já na próxima semana. "O PSC demonstrou interesse em ter o PV como aliado, inclusive como vice [na chapa]. Com isso vamos estudar nomes. Na próxima sexta[-feira] podemos bater o martelo", afirmou Aciolli.

Já Ratinho Jr. disse que a definição do vice "é um assunto para daqui a alguns meses". Até lá, Ratinho espera buscar apoios para viabilizar sua candidatura. "O PV é um partido importante, tem uma militância forte. Prova disso foi a vitória da Marina Silva em Curitiba na eleição presidencial. O PV tem uma identificação com Curitiba, por ser considerada a capital ecológica", disse o parlamentar. Na próxima semana, Ratinho Jr. deve se encontrar em Brasília com a executiva nacional do PV para tentar transformar o namoro em casamento. Até agora, cita o pré-candidato, existem conversas avançadas com o PR, PCdoB, PTdoB e PHS.

PT

As negociações de Ratinho Jr. também passam pela tentativa de atrair os petistas. Na semana passada, uma ala do PT municipal esteve com o deputado do PSC. Da comitiva petista, faziam parte a presidente do PT de Curitiba, ex-vereadora Roseli Isidoro, os vereadores Pedro Paulo e Johnny Stica e, ainda, o presidente da CUT, Roni Anderson Barbosa. "Ouvi deles que não está nada definido dentro do PT", comentou Ratinho.

Os petistas ainda não conseguiram chegar a um concesso em Curitiba. Além da ala que se aproximou do PSC, existe outra que entende que o partido teria de lançar candidatura própria – que seria encabeçada pelo deputado estadual Tadeu Veneri ou pelo deputado federal Dr. Rosinha. Já a ala majoritária da legenda – comandada pelos ministros Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Paulo Bernardo, das Comunicações – defende uma aliança já no primeiro turno com o pré-candidato do PDT Gustavo Fruet.

A proximidade do PT com Fruet não agrada Ratinho. O deputado afirma que seria natural a aliança do PT com o PSC. "Afinal, em 2008, foi o PSC o primeiro e efetivo apoio à candidatura de Gleisi Hoffmann à prefeitura de Curitiba. E depois, em 2010, à eleição da presidente Dilma Rousseff", alegou o pré-candidato.

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O governador Beto Richa (PSDB) vai se licenciar da presidência estadual do partido na segunda-feira. Em nota divulgada ontem, o tucano justificou a saída temporária do comando do PSDB paranaense para se dedicar exclusivamente aos planos de governo traçados para 2012. "Não é possível conciliar as duas funções [a de governador e a de presidente estadual da sigla]", argumenta Beto, citando o volume de reuniões e compromissos em ano de eleições municipais. O primeiro vice-presidente da Comissão Executiva do partido, deputado Valdir Rossoni, é quem assume o PSDB estadual.

Na prática, porém, é o governador Beto Richa quem continuará dando a palavra final sobre as principais decisões do partido. Uma delas diz respeito à eleição para a prefeitura de Curitiba. Beto já anunciou publicamente que o PSDB vai trabalhar para reeleger o atual prefeito da capital, Luciano Ducci (PSB). O ponto de interrogação dentro da legenda é sobre o vice de Luciano. Informações da cúpula tucana dão conta que alguns nomes de dentro do partido são cogitados para compor a chapa.

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Os nomes até então citados são o do presidente municipal do partido, Fernando Guighone, atual presidente da Sanepar; do vereador Omar Sabbag; do deputado estadual Mauro Moraes; e do deputado federal Fernando Fran­­cischini. Mas não está descartada a possibilidade de o vice de Ducci vir de outro partido.

Nos bastidores, alguns tucanos ainda não desistiram de tentar convencer o deputado federal Ratinho Jr. (PSC) a abortar a candidatura própria para se coligar com PSB e PSDB. A tarefa, no entanto, está cada vez mais difícil. Ratinho tem garantido aos mais próximos que vai disputar a prefeitura de Curitiba e já trabalha para costruir alianças. Ontem, Ratinho Jr. esteve reunido com o presidente municipal do PV, deputado Roberto Aciolli (veja ao lado). Na próxima sexta-feira acontece mais uma reunião com os verdes, desta vez com a presença também da deputada federal Rosane Ferreira, presidente estadual da sigla. Nesta semana, Ratinho Jr. abriu outra frente – almoçou com o deputado esta­­dual Ney Leprevost, presidente municipal do PSD. Como o PSC de Ratinho é aliado do PSD do prefeito Gilberto Kassab em São Paulo, o deputado paranaense crê na possibilidade de coligação.

Leprevost também vem sendo cortejado pela turma de Beto Richa e Luciano Ducci para ocupar a vice do atual prefeito. Ontem, durante evento do PSD em Curitiba, o governador Beto Richa afirmou que espera ver o PSD andando junto com os tucanos na eleição municipal de Curitiba. "Só vamos abrir oficialmente diálogo sobre o processo eleitoral após o prefeito Luciano Ducci cumprir dois anos de mandato [em março]. E ainda aguardamos uma decisão do TSE sobre o tempo de televisão que teremos nesta eleição", disse Leprevost.

Outra importante e estratégica decisão que obrigatoriamente vai passar pelas mãos de Beto Richa é referente aos nomes que vão disputar as eleições nos principais colégios eleitorais do estado.