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Atualizada na sexta-feira, dia 28/07, às 20h46

O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PT-PE), afirmou nesta sexta-feira que o esquema dos sanguessuga s nasceu em 1999, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, teve um crescimento expressivo em 2002, ano eleitoral, e continuou crescendo ao longo do governo Lula.O vice-presidente da CPI, Raul Jungmann, em foto de arquivo - O esquema nasceu em 1999, durante o governo Fernando Henrique. É relativamente pequeno até 2002. Em 2002, explode. É um ano eleitoral e os parlamentares queriam dinheiro para as campanhas. A partir daí continua crescendo - disse Jungmann.

Jungmann sustenta, no entanto, que é secundário saber se os sanguessugas desviaram mais dinheiro durante o governo de Fernando Henrique ou de Lula. Para ele, o foco da CPI tem que ser a produção de provas contra os sanguessugas, independentemente da coloração partidária ou origem de cada um.

- Essa é uma contabilidade babaca. Querer saber se os sanguessugas cresceram mais durante o governo Lula ou de Fernando Henrique é fazer o jogo de quem não quer levar essa questão (apuração das fraudes) adiante - disse Jungmann, depois de deixar a Polícia Federal.

Jungmann reconheceu também que a disputa política chegou à comissão e usou como exemplo a decisão sobre a notificação ou não de mais quatro deputados - dois do PSDB, um do PFL e um do PP - citados no relatório divulgado na última quarta-feira pela Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo Jungmann, o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), dará a palavra final, mas o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da comissão, discorda da notificação d os quatro parlamentares .

Jungmann voltou a defender a extinção das emendas individuais. Segundo ele, este tipo de emenda só serve para deputado "bater carteira do governo federal" e para o governo usar como moeda de troca em grandes votações.

- Emenda individual é incontrolável. Tem que ser riscada do mapa - disse.

Jungmann foi à PF em busca de cópias dos depoimentos de assessores parlamentares e dos empresários Darci José Vedoin e Romildo Medeiros, dois dos chefes dos sanguessugas. Ele voltou a afirmar que há provas materiais contra 80% dos 112 parlamentares investigados.

Darci confirmou o depoimento bombástico do filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin e acrescentou novas informações sobre a venda de ambulâncias superfaturadas. Darci é apontado como o chefe da organização acusada de vender ambulâncias e equipamentos hospitalares a partir de licitações fraudulentas. O depoimento começou na quarta-feira da semana passada e só foi interrompido no sábado e no domingo, a pedido de Darci Vedoin, que está em tratamento médico.

No depoimento de nove dias prestado ao mesmo juiz, Luiz Antônio Vedoin denunciou o envolvimento de 112 parlamentares no esquema. Os parlamentares são acusados de receber suborno para apresentar emendas direcionadas a licitações fraudulentas vencidas pela Planam e outras empresas da família Vedoin. O esquema teria surgido em 1999 e desde então vinha se ampliando. No início do ano, a organização teria tentado estender seus tentáculos ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

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