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Foi um dia atípico na cidade de São Paulo. No meio da tarde, os pontos de ônibus estavam lotados. O número de coletivos que circulava era reduzido. As zonas leste e sul ficaram praticamente sem ônibus no final da tarde. Havia 5.100 coletivos parados por medo de depredações. Mais de 3 milhões de paulistanos tiveram dificuldades em utilizar o transporte público. Houve correria nas ruas de São Paulo de gente apressada em voltar para casa. O congestionamento foi o recorde do ano. Até os celulares entram em colapso no final do dia devido ao excesso de ligações. O medo de novos ataques mudou a rotina e trouxe o caos e o medo à população da cidade mais rica do país.

Às 18h, havia 195 quilômetros de engarrafamento. O equipamento que mede o trânsito entrou em pane depois dessa marca. Mas acredita-se que o recorde de 1996, quando froam registrados 244 quilômetros, tenha sido batido. A Companhia de Engenharia de Tráfego liberou o rodízio nesta segunda-feira e muita gente decidiu trabalkhar de carro. O rodízio tira 1 milhão de veículos das ruas.

Nas estações de metrô, as plataformas estavam lotadas. O metrô funcionou normalmente, apesar da estação Arthur Alvim, na linha Leste/Oeste, ter sido alvejada por uma rajada de metralhadora durante a manhã. Nas estações de trem da CPTM as filas eram intermináveis, mas também não foram registradas paralisações.

Quem estava no trânsito sofreu. As marginais Tietê e Pinheiros pararam a partir das 15h. Na avenida Rebouças, uma das principais vias de ligação do centro com a zona sul, o congestionamento que todos os dias se intensifica no final da tarde começou mais cedo. Por volta de 14h já havia um enorme engarrafamento, principalmente na pista sentido bairro. Por volta de 17h, os pontos de ônibus da Rebouças estavam lotados. Uma pessoa foi atropelada na altura do Hospital das Clínicas, às 17h30, o que piorou a situação. Quase não se encontravam táxis livres.

O comércio faturou menos. O movimento caiu 50% nesta segunda-feira e muitas lojas da região central fecharam as portas mais cedo. Houve estabelecimentos que pararam de funcionar a partir das 14h. Até shoppings em regiões nobres, como o Iguatemi e Market Place, na zona sul da cidade, encerraram antes suas atividades. Os comerciantes das regiões de Ribeirão Preto e do Vale do Paraíba. Em muncípios vizinhos como Santo André e Jundiaí as lojas também fecharam.

Escolas públicas e particulares, faculdades como a PUC e a Faap, repartições públicas, postos de saúde e até restaurantes encerram o expediente mais cedo. Alunos foram dispensados. Na zona sul da cidade, a mais afetada pela falta de transporte público, cerca de 30% dos estudantes não compareceram.

Os diretores da Escola Estadual Almirante Custódio José de Melo, na zona leste da cidade, suspenderam as aulas nesta segunda-feira. A escola está próxima ao Segundo Batalhão do Comando Leste da Polícia Militar e também do Batalhão do Corpo de Bombeiros. As ruas próximas do colégio foram bloqueadas. A escola tem 400 alunos na parte da manhã e 500 à tarde, período que também não houve aula.

O Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, encerrou as atividades mais cedo por conta da onda de violência. Na Grande São Paulo, os fóruns da região do ABC também já fecharam assim como fóruns no interior do estado.

Até o saguão do Aeroporto de Congonhas, onde se localizam o balcão de informações, banca de jornais, lojas e lanchonete, foi evacuado. A polícia civil recebeu uma denúncia anônima de que haveria um atentado no local. O policiamento no aeroporto foi reforçado por precaução, mas, segundo a assessoria de imprensa, os pousos e as decolagens não foram cancelados.

Uma exposição de arte 'Por Ti América', que seria aberta nesta segunda-feira no Centro Cultural Banco do Brasil, foi adiada por causa dos ataques. Ela será aberta nesta terça-feira.

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