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Considerado carta fora do baralho na eleição para a presidência do Senado até o mês passado, o senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) começou a se articular para ocupar o cargo de seu colega de partido, Garibaldi Alves (PMDB-RN). A eleição vai ocorrer em fevereiro.

Com a certeza dos votos das bancadas do PMDB e do DEM, Sarney está tentando ampliar seu apoio junto ao PSDB e a outros partidos. Do seu gabinete no Senado, ele tem telefonado a parlamentares em seus estados e, anteontem à noite, se reuniu com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

A todos os interlocutores, o ex-presidente deixa claro que só voltará ao comando do Senado se houver consenso em torno de seu nome. Ou seja, por hipótese alguma, ele vai bater chapa no plenário com o petista Tião Viana (PT-AC), que também está em Brasília pedindo votos por telefone a todos os senadores.

A expectativa dos aliados de Sarney é de que o PMDB reafirme formalmente a decisão, já tomada pela bancada, de não abrir mão da presidência do Senado para o PT. Os peemedebistas alegam que um movimento dessa natureza não significaria uma manifestação pessoal contra Tião Viana.

O fato é que, como o PSDB e DEM, o PMDB não deseja também fortalecer o PT nos próximos dois anos, de olho nas eleições de 2010. Entre os tucanos, Sarney, se confirmar sua candidatura, não teria dificuldades em obter votos da bancada. Por isso, a conversa reservada entre Sarney e Tasso foi importante e considerada um avanço nas negociações, pois o cearense já havia assumido compromisso com a candidatura de Tião Viana.

No entanto, senadores do PSDB afirmam que, se a opção da bancada for em favor de Sarney, Tasso Jereissati não deixará de acompanhar a posição partidária. Se houver consenso para garantir a candidatura de Sarney, como ele deseja, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversar pessoalmente com Tião Viana e compensá-lo em outro posto de destaque.

Antes de entrar em férias, a ideia de Lula era dar ao senador petista o Ministério da Saúde em substituição a José Gomes Temporão, caso o PMDB insistisse na candidatura à presidência do Senado. Mas Lula não contava com a reação contrária do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Como sairá do comando da Casa em fevereiro, o deputado quer o ministério.

Surpreendido, o presidente Lula terá de tomar as rédeas do processo para resolver o impasse no PT. Por isso, segundo aliados, ele teria antecipado em um dia sua volta à Brasília, encurtando suas férias na Bahia. Além de resolver a situação do Senado, o presidente deve também reforçar a campanha do presidente da PMDB, deputado Michel Temer (PMDB-SP), que disputa o comando da Câmara.

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