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Jérôme Valcke visitará o Brasil a cada dois meses para acompanhar a preparação do país. Primeiras paradas serão Salvador e Fortaleza | Fabrice Coffrini/AFP
Jérôme Valcke visitará o Brasil a cada dois meses para acompanhar a preparação do país. Primeiras paradas serão Salvador e Fortaleza| Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Partido "parceiro"

Para Temer, PCdoB "sempre terá espaço" no governo

O vice-presidente da República, Michel Temer, disse ontem que, independentemente do destino do ministro do Esporte, Orlando Silva, o PCdoB é uma legenda parceira e estará sempre no governo da presidente Dilma Rousseff. "O PCdoB é um partido de tradição, de uma respeitabilidade extraordinária. Esteve ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e está ao lado da presidente, não só nas campanhas, como nos governos. Haverá sempre um espaço para o PCdoB", afirmou Temer, ao chegar ao Congresso Brasileiro de Direito Tributário, promovido na capital paulista.

Questionado por jornalistas se o Ministério do Esporte continuaria com o PCdoB se o atual ministro deixasse a pasta, o vice-presidente tergiversou. "Acho que é uma coisa a ser decidida, ainda não sei", respondeu.

O vice-presidente disse que apoiaria uma eventual indicação de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, para ocupar o Ministério do Esporte, ainda que tenha ressaltado desconhecer se o nome do esportista é cogitado pelo Palácio do Planalto. "Isso é uma coisa que nem se fala ainda. Se houver substituição, é claro que o Pelé é sempre um grande nome, mas essa é uma conjuntura que vai depender da presidente da República", considerou.

Agência Estado

Em uma entrevista coletiva transmitida ao vivo para todo o mundo, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, deixou claro ontem que já não identifica no ministro do Esporte, Orlando Silva, o interlocutor para a preparação da Copa do Mundo de 2014.

"Em novembro, a ideia é encontrar o novo representante do governo de Dilma Rousseff, que agora está liderando os trabalhos de preparação da Copa no nível governamental", disse Valcke, na esperança de que até lá o Palácio do Planalto tenha designado outra pessoa para fazer o contato com a Fifa.

Apesar de oficialmente o Palácio do Planalto insistir que nada mudou e que o Ministério do Esporte continua liderando os trabalhos, Valcke parecia já falar de uma outra realidade. "Estou certo de que a presidente [Dilma] tomou a decisão certa em escolher uma pessoa, seja o que ocorrer com Orlando Silva", disse.

Inimigo

O ministro se transformou em um desafeto de Valcke e do presidente da Fifa, Joseph Blatter. Ambos o acusam de ter mudado a Lei Geral da Copa que foi enviada ao Congresso, sem consultar a entidade, que por meses negociou o texto com advogados.

Em sua edição de ontem, o jornal já indicava que Orlando não fazia mais parte dos planos da Fifa e a entidade comemorava o possível fim do mandato do ministro, considerado como o principal obstáculo para os avanços na Copa do Mundo.

A Fifa e o Comitê Organizador Local da Copa, liderado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ainda puniram o governo ao retirar jogos da Copa de 2014 de Porto Alegre e demonstrar que os prazos de obras federais não são confiáveis.

Logo após a declaração do secretário-geral da Fifa, a Casa Civil divulgou nota insistindo que continuará usando o Ministério do Esporte como ponto focal entre a entidade e o governo.

Ontem, tanto Valcke como o presidente da Fifa, Joseph Blatter, fizeram questão de mostrar desagrado com o governo brasileiro. Ambos viajarão para o Brasil no próximo mês a fim de tratar do assunto da Lei Geral da Copa com Dilma.

"Vou ter uma reunião com Dilma, provavelmente em novembro, para finalizar para sempre o compromisso que foi dado à Fifa pelo antigo governo brasileiro [de Luiz Inácio Lula da Silva], quando o Brasil recebeu o direito de sediar a Copa", afirmou Blatter.

Em 2007, o governo Lula assinou cartas em que garantia que iria cumprir com as exigências da Fifa em questões como ingressos, proteção de marcas e outros assuntos que hoje esbarram na lei nacional.

Para não perder tempo, a Fifa também se reúne com parlamentares para garantir que o novo projeto será aprovado pela Câmara e pelo Senado, antes do fim do ano.

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