Três secretários estaduais do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), passaram a ser investigados formalmente ontem com a chegada do inquérito do cartel de trens ao Supremo Tribunal Federal (STF). A ministra Rosa Weber será a relatora do caso, que está em Brasília pelo fato de os auxiliares do primeiro escalão do governador paulista serem deputados federais licenciados com prerrogativa de foro especial.
São investigados o chefe da Casa Civil do governo, Edson Aparecido (PSDB), o secretário de Energia, José Aníbal (PSDB), e o secretário de Desenvolvimento, Rodrigo Garcia (DEM). O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), aliado dos tucanos paulistas, também é alvo do inquérito.
A investigação sobre o cartel foi iniciada em 2008, após as suspeitas sobre pagamento de propina pela empresa francesa Alstom serem levantadas no exterior. Desde então, seis pessoas foram indiciadas. A suspeita é que o cartel tenha atuado para obter contratos superfaturados de trens e metrô entre os anos de 1998 e 2008, durante as gestões dos governadores tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.
O caso tramita em segredo de Justiça. Nos detalhes do andamento da investigação há a informação de que ela apurará suspeitas de crimes como lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos ou valores.
Os citados negam enfaticamente qualquer envolvimento com o esquema de cartéis. Os líderes do PSDB falam em uso político das investigações.
Apuração
Além da Polícia Federal e do Cade, o Ministério Público Estadual paulista também investiga o esquema. São 45 inquéritos civis, que têm como alvo possível improbidade administrativa na contratação das empresas, e um criminal, que apura crimes de cartel.
Alckmin também abriu uma investigação interna no governo, que envolve a Corregedoria-Geral do Estado e uma comissão externa independente.
-
Queimadas crescem 154% na Amazônia e batem recorde no segundo ano do mandato de Lula
-
3 pontos que Flávio Dino “esqueceu” ao comparar os julgamentos do 8/1 com os do Capitólio
-
Os inimigos do progresso dentro do próprio país
-
Proibição de celulares nas escolas faz bem, especialmente para as meninas, sugere estudo da Noruega