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A ausência do prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) no debate promovido ontem pela TV Educativa abriu brecha para os adversários partirem para o ataque contra a administração municipal. Apesar de a emissora não ter colocado uma cadeira vazia com o nome do prefeito, como foi cogitado, Beto Richa foi o alvo principal – diferentemente do último debate promovido pela TV Bandeirantes, no qual os candidatos evitaram confrontar diretamente o prefeito

As críticas mais duras foram de Gleisi Hoffmann (PT) e Maurício Furtado (PV). A petista foi a primeira a mostrar um estilo mais agressivo. Acusou o grupo político que comanda a prefeitura de estar "cansado" e comparou Beto Richa ao candidato a prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP), que chegou a ficar preso 40 dias em 2005 e que responde a processos por improbidade administrativa e desvio de dinheiro público. Gleisi disse que o prefeito adotou o símbolo do capacete para representar que Curitiba é um canteiro de obras, mas até os gastos de publicidade seriam iguais ao do ex-prefeito Paulo Maluf.

O candidato Maurício Furtado (PV) fez questão de declarar que seu partido faz oposição ao prefeito porque "Curitiba parou, não há inovação e deixou de ser referência em transporte público e meio ambiente". Ele criticou também o projeto do metrô, que teria ficado só na promessa. "O grupo político dele está no poder há 30 anos e nos últimos 4 anos a cidade parou. O prefeito ficou preparando a reeleição e pensando no seu projeto político pessoal", disse.

O candidato do governador Roberto Requião, Carlos Moreira (PMDB), acusou Richa de gastar muito em propaganda – R$ 32 milhões, segundo ele. "Temos um prefeito que gasta muito em propaganda, engana o povo e não assume as prioridades para o município", afirmou.

Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos, Fabio Camargo (PTB) fez críticas mais leves. Mas não deixou de acusar a administração de "não estar humanizando a fila da Cohab". Ele também questionou a eficácia do projeto da Linha Verde. E, ao apresentar suas propostas na área educacional, aproveitou para fazer afagar o governador. Disse que o Paraná teve um dos melhores secretários de Educação do país, se referindo à Maurício Requião.

O candidato do Psol, Bruno Meirinho, também criticou a Linha Verde. Segundo ele, o projeto irá beneficiar apenas os mais ricos. Para Merinho, a capital nunca foi modelo. "Curitiba se construiu na base da propaganda", disse.

O debate não trouxe novas propostas dos candidatos em relação às que já vem sendo apresentadas. Os principais problemas levantados são os mesmos apontados desde o início da campanha: falta de vagas para creches, filas para consultas especializadas, transporte coletivo saturado, aterro da Caximba, trânsito caótico.

Propostas inusitadas

Algumas propostas inusitadas e de difícil execução foram apresentadas ao telespectador. Gleisi Hoffmann disse que se for prefeita irá criar uma gravadora musical para produzir CDs de artistas locais. Fabio Camargo prometeu trocar os livros por computadores portáteis em todas as escolas municipais. Carlos Moreira garantiu que vai colocar médicos para atender os pacientes em suas próprias casas. Gomyde declarou ser necessário criar uma política em relação aos animais abandonados. E Maurício Furtado quer implantar escolas públicas 24 horas. Nenhum deles explicou de onde vai tirar os recursos para colocar em prática os projetos. Além de Beto Richa, Lauro Rodrigues (PTdoB) também não compareceu ao debate.

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