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Escalado pelo ex-presidente para defender o governo, o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) diz que a Lava-Jato tem elementos de “Estado de exceção”. Ele recomendou a contratação do criminalista Nilo Batista pelo petista.

O senhor sugeriu ao ex-presidente Lula a contratação do criminalista Nilo Batista. Por quê?
Por conta dessa criminalização geral da política, o presidente Lula tem sido alvo de atenções persecutórias e, nesse sentido, tem que estar muito bem assistido juridicamente. É, na verdade, uma defesa da democracia. Foi assim que conversamos com o Nilo e foi assim que ele se posicionou: “Eu estou aqui em defesa da democracia, mais do que na defesa de uma pessoa física”.

O senhor considera que há risco de o ex-presidente ser preso?
Não acredito nisso, mas como a Operação Lava-Jato tem muitos elementos de um Estado de exceção, de desrespeito à ordem jurídica, qualquer atitude preventiva é salutar, embora não haja nada contra o presidente Lula. E, sinceramente, seria a ousadia das ousadias criminalizar um ex-presidente da República com base em delações de delinquentes. Aliás, nem esses delinquentes têm feito qualquer tipo de acusação frontal contra o presidente Lula. Mas, já que há um cenário de criminalização ampla, geral e irrestrita da política, é importante que alguém da estatura do presidente Lula tenha uma assessoria jurídica à altura.

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse que foi indicado para a BR Distribuidora pelo ex-presidente por gratidão.
O relato de advogados de defesa é que sempre se pergunta acerca do Lula, como se houvesse um direcionamento. Isso é um lixo jurídico. E por que a palavra desse delinquente de nome Cerveró vale mais do que a palavra do presidente, que já disse que isso não é verdade?

Dizem que a maior preocupação do ex-presidente é com o filho Luís Cláudio na Operação Zelotes.
A nossa preocupação é com o desvio que a Zelotes tomou. Ela foi instaurada para investigar grandes sonegadores, parou de investigar grandes sonegadores e enveredou para a esfera política, como tem se tornado praxe no Brasil. De repente, a Zelotes se torna uma operação para investigar parentes do presidente Lula, o que é um absurdo.

Mas se a Zelotes esbarra em algo considerado suspeito não tem que investigar?
Ninguém está acima da lei. Nem o juiz Sergio Moro, nem os procuradores da Lava-Jato, nem a Polícia Federal podem se considerar acima da lei. Tem que investigar qualquer indício de irregularidade. Agora, a Operação Zelotes parece que está se resumindo a isso.

O senhor tem sido um crítico da Lava-Jato e agora da Zelotes.
É um absurdo a instrumentalização e a transformação de órgãos de Estado, como o Ministério Público e a Polícia Federal, em órgãos de exceção, em polícia política, fora os vazamentos seletivos. Quando se trata de alguém ligado ao governo ou ao PT, a escandalização é imediata. Quando se trata de outras personalidades, como [o ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso e [o senador] Aécio Neves (PSDB), é nota de rodapé, as investigações não vão à frente.

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