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A construção do trem-bala entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas virou alvo de ataques do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que nesta quinta-feira teve compromissos de campanha na capital fluminense. Para o tucano, é provável que o projeto venha a precisar de grande volume de recursos públicos durante sua implantação.

Segundo o tucano, o dinheiro que será investido na obra - orçada atualmente em R$ 33,1 bilhões - é suficiente para tocar outras iniciativas de infraestrutura de transportes mais prioritárias. Ainda de acordo com o candidato, a perspectiva de que o projeto tenha apenas recursos privados não deve se confirmar. Ele argumentou que parte dos recursos será subsidiada pelo BNDES, "sem garantias adequadas": "O que, na prática, é dinheiro público".

"Eles dizem que é tudo dinheiro privado. Vamos ver se é verdade", acrescentou Serra, logo após participar de uma entrevista na Rádio Tupi, no centro do Rio. "Com o dinheiro do trem-bala, dá para triplicar o metrô do Rio, fazer o Arco Rodoviário, fazer grande parte das obras de estradas para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, concluir a Ferrovia Norte-Sul, completar a Transnordestina e melhorar o sistema de metrô em Belo Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza", afirmou o candidato.

Marketing

O trem-bala também serviu para Serra voltar a criticar sua principal adversária na disputa à Presidência. Enaltecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o lançamento do edital de licitação, a petista Dilma Rousseff foi chamada de "produto de marketing" quando o tucano deu sua opinião sobre o uso da máquina do governo federal em favor da candidatura da concorrente.

"Ela precisa ser constantemente turbinada pela máquina do governo, pelos marqueteiros. A verdadeira Dilma não está aparecendo nessa campanha. O que está aparecendo é o produto de uma construção, da qual faz parte a máquina do governo", acusou Serra.

Diplomacia

À tarde, o tucano participou de encontro com o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, em um hotel na Zona Sul do Rio. Depois de uma hora de conversa, os dois participaram de entrevista coletiva em que o tucano aproveitou para voltar a fazer críticas ao governo federal.

Dessa vez, o alvo foi a política externa. O tucano afirmou que a fracassou a tentativa da diplomacia brasileira de intermediar um acordo com o Irã, a fim de interromper o programa nuclear iraniano, e disse que o País errou ao reconhecer a China como uma economia de mercado.

Desleais

"Isso tem inibido o Brasil de adotar medidas de defesa contra práticas desleais dos chineses no comércio internacional. Nós fizemos uma concessão que não teve como contrapartida benefícios para o nosso país", disse o presidenciável tucano.

Serra afirmou ainda que, apesar do Brasil ter avançado em termos de "presença política", o País ainda precisa crescer em "presença econômica".

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