Alheios à chuva, cerca de 200 artistas simpatizantes da candidatura de José Serra à Presidência da República se reuniram com ele no fim da noite de quarta-feira, no Rio. O encontro, informal e rápido, regado a chope e petiscos, foi no restaurante Fiorentina, no Leme, tradicional ponto de encontro da classe artística, que foi fechado para os convidados.

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Arregimentados pelo poeta Ferreira Gullar, amigo de Serra desde os anos 60, e o cineasta Cacá Diegues (que não compareceu), diretores de cinema, produtores, atores, cantores e outros formadores de opinião, em geral críticos do governo Lula, ouviram um breve discurso de Serra sobre temas ligados à cultura, e aplaudiram quando ele falou sobre a "a partidarização frenética do Estado brasileiro" e a instauração de uma "República sindicalista" pelo PT.

"É uma elite sindical alinhada ao governo pelo dinheiro, para fazer um trabalho político partidário", afirmou o candidato tucano, ladeado por seu vice, Indio da Costa, e Fernando Gabeira, candidato a governador do Rio pelo PV, apoiado pelo PSDB.

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Ele censurou ainda o suposto uso das empresas estatais para fins políticos na hora de conceder incentivos fiscais, a Petrobras principalmente. Também listou realizações suas em São Paulo, como a Virada Cultural, o Museu do Futebol e da SP Escola de Teatro. Até o fim de agosto Serra espera ter fechado uma proposta para a área a integrar seu programa de governo.

Foi o primeiro encontro com artistas nesta campanha. A lista de convidados tinha 357 pessoas, e incluía atores do elenco da TV Globo e grandes nomes do teatro e da música. Ele chegou sob aplausos, às 23 horas, uma hora atrasado (o mau tempo atrasou a saída de São Paulo), e saiu de madrugada, depois de muitas fotos, abraços e conversas ao pé de ouvido.

Alguns dos presentes haviam ido embora quando ele começou a falar. Mas a maioria ficou. Os atores Rosamaria Murtinho e Carlos Vereza, o escritor Ivan Junqueira e o cineasta Zelito Viana eram do grupo que já chegou declarando o voto em Serra. "Se não peço um voto de confiança, peço o benefício da dúvida", conclamou Vereza ao microfone (somente seis pessoas tiveram a chance de usá-lo, pois já era bem tarde). "Estamos vivendo uma mentira no Brasil. Se Lula tem 78% de aprovação, Médici tinha 73%", bradou Rosamaria.

Outros estavam lá para "para conhecer a plataforma", como a atriz Maitê Proença, o humorista Marcelo Madureira e o músico Charles Gavin, que foi do grupo Titãs. Através de uma pergunta num papel, Gavin pediu atenção para a "legislação ultrapassada" que atrapalha os artistas; Serra respondeu pedindo que ele lhe enviasse um e-mail sobre o assunto. Os convidados saíram esperando um novo encontro, em que os temas do momento - Lei Rouanet, lei sobre Direitos Autorais, entre outros - sejam abordados mais profundamente.

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