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Ministério diz que servidora foi afastada e responde a processo

O Ministério do Planejamento informou que a servidora investigada acusada de fraudar pagamento de anistia política responde a processo administrativo e foi afastada de suas funções. Ela foi deslocada para outra área e atividade até que o processo seja concluído. O ministério informou que, assim que foi identificada a irregularidade, solicitou abertura de processo de investigação à Polícia Federal e também a abertura de sindicância pela Corregedoria da Pasta.

O nome da servidora será mantido o sigilo, segundo o ministério, até a conclusão do procedimento.

Uma funcionária do Ministério do Planejamento, da Divisão de Cadastramento de Anistiado Político, foi indiciada pela Polícia Federal acusada de fraudar indenizações de anistiados políticos e se beneficiar desses recursos. A servidora adulterou portarias de um desses pagamentos e incluiu nomes de parentes e de amigos entre os beneficiários. Ela era investigada desde final de 2013. O montante envolvido é de cerca de R$ 1,2 milhão, mas a PF conseguiu bloquear metade do pagamento desse valor, cerca de R$ 600 mil.

A fraude se dava da seguinte forma: a servidora usou uma portaria de um pagamento legal de um anistiado e trocou os nomes dos beneficiados. Isso se repetiu em três casos. Um deles é o pai de seu sogro e outros dois amigos muito próximos da funcionária. Um mesmo número de portaria era usado para os quatro pagamentos, incluído o que real beneficiário. O sistema do Ministério do Planejamento não capta duplicidade desses números. A PF cumpriu nesta quarta três mandados de busca e apreensão, dois em Brasília e um em Teresina (PI).

O valor da anistia fraudada é de uma prestação mensal de R$ 1.089,00, com direito a retroativos - que são pagamentos atrasados acumulados - de R$ 346,8 mil. O anistiado que recebe mensalidade de até R$ 2 mil tem o direito, por lei, de sacar a totalidade do retroativo. Acima de R$ 2 mil, o pagamento é escalonado em até nove anos. Ou seja, a servidora, que provavelmente tem conhecimento da legislação, fraudou os valores para poder receber integralmente esse montante.

O pai do sogro da servidora foi flagrado sacando no Piauí, de onde partiu a investigação. A desconfiança de um gerente da Caixa, instituição onde era feito o pagamento, desconfiou do montante e da condição de anistiado da pessoa. Na verdade, um falso anistiado. A delegada da PF responsável pela investigação, Fernanda Costa de Oliveira, ouviu todos os envolvidos e indiciou a servidora, o pai do sogro e um dos amigos nos crimes de formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema de informação. Ela obteve na Justiça a quebra do sigilo bancário dos envolvidos. Foi pedido também à Justiça o afastamento da servidora, que não foi atendido. A servidora e os demais envolvidos foram ouvidos pela delegada. À PF, ela argumentou que vinha sofrendo muita pressão no trabalho.

PROCESSO ADMINISTRATIVO

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