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Nova Iorque (AG) – Terminou melancolicamente a viagem do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), a Nova Iorque. Pressionado pelo agravamento da crise política, voltou um dia mais cedo, já admitindo a possibilidade de se afastar do cargo depois de uma conversa com assessores. Embarcou ontem à noite e hoje estará em Brasília para tentar salvar seu mandato: disse de novo que renúncia é uma palavra inexistente para ele, mas uma licença já é uma hipótese e, sobre isso, dará mais informações no Brasil. Está prevista uma entrevista coletiva amanhã.

"Licença? Quando chegar no Brasil informarei. Irei conversar com meus auxiliares em Brasília", disse.

Ao desembarcar, Severino sentirá que a pressão por seu afastamento é enorme, e os partidos de oposição já ameaçam se rebelar e até boicotar votações presididas por ele.

Severino disse ontem a amigos que não tomará nenhuma decisão antes da reunião da Mesa da Câmara, terça-feira. Mesmo sendo impossível prever qualquer coisa tratando-se de Severino, a aposta entre alguns políticos e assessores que o acompanhavam é de que ele pedirá licença do cargo.

Foi logo depois de fazer seu discurso de quatro minutos na ONU que Severino deu uma emocionada entrevista, na sede da missão brasileira, reafirmando sua inocência, dizendo que abriria mão do sigilo bancário e informando que sairia dali direto para fazer as malas e tomar o avião, decidido a refutar as acusações de que assinara um contrato de gaveta dando ao empresário Sebastião Buani a prorrogação da concessão do restaurante Fiorella, em troca do pagamento de R$ 40 mil e um mensalinho de R$ 10 mil.

"Eu não assinei este documento", afirmou, dizendo que não poderia informar se o contrato era falso pois nunca vira o documento.

Chamou Buani de um indivíduo sem as qualificações necessárias e declarou-se indignado com a maneira como este episódio está sendo conduzido, considerando que está sendo condenado sem apresentação de provas.

"Não quero ser enforcado antes do tempo" disse.

Não acredita na possibilidade de o empresário cumprir a promessa de apresentar terça-feira o cheque de R$ 10 mil que diz ter usado para pagar uma das parcelas do mensalinho.

"Que ele apresente o cheque, eu fico aguardando e irei tranqüilamente enfrentá-lo", afirmou. "Fiquem certos, aqueles que estão no Brasil, que Severino Cavalcanti continua o mesmo. Severino Cavalcanti não muda, são 42 anos de seriedade."

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