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Pelo lado econômico, ingresso da Venezuela será bom para o Brasil

O Mercosul, criado em 1991, tinha o objetivo de propiciar a livre circulação de pessoas, produtos e capitais entre os países membros em no máximo cinco anos (ou seja, até 1996).

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Convergência política poderá vir ao longo dos anos

Caxambu (MG) - Cientistas políticos ouvidos pela Gazeta do Povo avaliam que a aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul não deve prejudicar o Brasil nem o bloco como um todo, apesar das críticas que o presidente Hugo Chávez recebe por suas atitudes não democráticas.

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Placar da votação

Confira como votou cada integrante da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Foram 12 votos a favor do ingresso da Venezuela no Mercosul e 5 contra:

Contra

Arthur Virgílio (PSDB-AM), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Heráclito Fortes (DEM-PI), José Agripino (DEM-RN) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

A favor

Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Flavio Torres (PDT-CE), Francisco Dornelles (PP-RJ), Inácio Arruda (PCdoB-CE) , João Pedro (PT-AM), João Ribeiro (PR-TO), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Paulo Duque (PMDB-RJ), Pedro Simon (PMDB-RS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Romero Jucá (PMDB-RR).

  • Hugo Chávez: restrições à democracia não pesaram na decisão dos senadores, que viram as vantagens econômicas

Brasília - Os questionamentos sobre o desrespeito aos princípios democráticos pelo governo venezuelano não foram suficientes para o Brasil bloquear o ingresso da Venezuela no Mercosul. A entrada do país de Hugo Chávez no bloco econômico foi aprovada ontem na Comissão de Relações Exteriores do Senado, por 12 votos favoráveis e apenas 5 contrários. A aceitação da Vene­­­zue­­­la foi parte de um lobby de empreiteiros e empresários que têm interesses econômicos no país vizinho, somado à pressão do presidente Lula sobre os senadores.

Lula, que iniciou ontem sua quarta visita este ano à Venezuela, pôde dar pessoalmente a boa notícia a Hugo Chávez, na certeza de que o plenário do Senado confirmará a decisão da comissão. A base aliada trabalha para pôr a proposta em votação no plenário na semana que vem.

Como o Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul já foi referendado pela Câmara dos Depu­­­tados, o governo não terá dificulda­­de em aprová-lo também no plenário do Senado – onde tem maio­­­ria. Apesar disso, a entrada da Vene­­zuela como membro pleno do Mercosul ainda dependerá da aprovação do Congresso do Para­­­guai (os outros dois membros plenos do bloco, Argentina e Uruguai, já aceitaram o ingresso do país de Hugo Chávez).

Lobby

A força do lobby pró-Venezuela do empresariado brasileiro pode ser traduzida em números. Embora o Mercosul como um todo não tenha uma importância tão expressiva na balança comercial do Brasil (veja ao lado), isoladamente Venezuela já é o sexto maior destino comercial das exportações brasileiras. O país vizinho importa 70% de tudo o que consome e representa atualmente o maior superávit da balança comercial brasileira – US$ 4,6 bilhões dólares, 2,5 vezes superior ao obtido com os Esta­­­dos Unidos (US$ 1,8 bilhão).

Nos primeiros cinco anos de governo Lula, as exportações brasileiras para a Venezuela cresceram 758%, saltando de US$ 608 mi­­­lhões para US$ 5,15 bilhões. Além disso, o governo tem destacado que cerca de 72% das exportações brasileiras para a Venezuela são de produtos industrializados, com elevado valor agregado e alto potencial de geração de empregos.

Foi diante desse quadro que empreiteiras e representantes de vários setores da produção atuaram no Congresso em favor da Venezuela, apesar do crescente autoritarismo de Hugo Chávez. Um dos líderes da base aliada relatou que o embaixador Paulo de Tarso Flexa de Lima foi à Comissão de Relações Exteriores, "com toda a elegância em defesa dos interesses da construtora Norberto Ode­­­brecht", argumentando que se o Senado não ampliasse o Mercosul rapidamente, a Venezuela se abriria aos produtos chineses em detrimento dos brasileiros.

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