• Carregando...

Está tudo correto nno sistema de aviação do Brasil. Para a autoridade americana para aviação civil, o acidente com o vôo 3054 da TAM e a longa crise nos aeroportos brasileiros não muda a sua avaliação: o sistema de aviação brasileiro está de acordo com os padrões internacionais de segurança.

- O Brasil está OK com os padrões internacionais da Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês) - disse Les Dorr, porta-voz da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), em entrevista à rede BBC.

Desde o início da década de 90, a FAA tem um programa que avalia as autoridades de aviação em cada país.

Entretanto, conforme noticiou O Globo nesta quinta-feira, especialistas americanos em segurança de aviação especulam que, além da combinação da chuva com as condições da pista principal do Aeroporto de Congonhas, há dois outros fatores que podem explicar o pior acidente da aviação latino-americana. Para eles, uma provável falha ou negligência de controladores de vôo na torre de controle do aeroporto e a extensão da pista, que não é adequada para operações com grandes jatos, podem ter contribuído bastante para a tragédia. (A Aeronáutica divulgou imagens do pouso )

Irritação

O acidente tem deixado irritado o presidente da Federação Internacional das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Ifatca, na sigla em inglês), sediada em Montreal, no Canadá. Para Marc Baumgartner, o governo brasileiro precisa dar uma resposta urgente à população.

- Quantas pessoas mais serão mortas antes que o governo brasileiro interrompa as experiências que a FAB (Força Aérea Brasileira) vem fazendo ao vivo com a segurança do público viajante? - perguntou Baumgartner.

No fim da tarde de quarta-feira, a entidade emitiu um comunicado oficial, chamado "A comprometida segurança aérea no Brasil". Logo no primeiro parágrafo, o comunicado afirma que "recebemos a notícia do acidente com horror, mas não com total descrença". A nota ressaltava que, tanto na tragédia com o avião da Gol, em setembro do ano passado, quanto no acidente da terça-feira, "numerosos sinais de alerta, múltiplos riscos e relevantes informes de segurança foram ignorados".

Análise da caixa preta

A possibilidade de falhas de controladores aéreos também deverá ser examinada pelos técnicos da National Transportation Safety Board (NTSB), a agência federal americana que receberá as duas caixas-pretas do jato da TAM para análise e determinação das causas do acidente. Há um investigador da agência trabalhando diretamente no local do acidente.

Crítica de pilotos

A situação e a localização da pista de Congonhas recebeu fortes críticas do Federação Internacional de Pilotos de Linhas Aéreas, baseada em Londres.

- Toda vez em que você escapa da pista de decolagem e tem que enfrentar uma inclinação excessiva, uma brusca mudança de direção, uma rodovia de quatro pistas e prédios isso não é bom - afirmou Gideon Ewers ao jornal "Washington Post".

A federação, que representa pilotos de mais de 90 países, exortou autoridades brasileiras e de outros países a ampliarem as faixas de segurança em aeroportos para além do limite das pistas ou instalarem sistemas de freios de cimento, com camadas de contenção destinadas a aviões em excesso de velocidade.

James Waterhouse, professor de Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (USP/São Carlos), disse, em entrevista à Agência Brasil que em Congonhas "o piloto sabe que não pode errar". Segundo ele, as principais falhas de Congonhas são o excesso de tráfego aéreo e o tamanho das pistas, que têm 1.940 metros.

- Em pista curta, o piloto sabe que não pode errar, senão é obrigado a arremeter - comentou, citando, para efeito de comparação as pistas do Galeão, no Rio (4.240 metros), e Viracopos, em Campinas (3.700).

A imprensa internacional continua repercutindo a tragédia do Airbus. Para o "Wall Street Journal", o acidente serve de alerta para o mundo. "É um sinal de alerta para uma indústria da aviação que experimenta uma intensificação no tráfego sem o equivalente aumento na atenção dada a questões de segurança", afirmou o jornal de Nova York.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]