A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF)Cármen Lúcia determinou nesta quarta-feira (3) o arquivamento do pedido feito pelo jornal "Folha de S.Paulo" para ter acesso aos autos do processo que, durante a ditadura militar, levou à prisão de Dilma Rousseff, eleita presidente da República. Cabe recurso ao plenário do próprio STF.

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Antes do segundo turno das eleições, a ministra já havia negado pedido de liminar para liberar a consulta ao processo. Na decisão, Carmén Lúcia afirmou que é preciso aguardar o julgamento no Superior Tribunal Militar (STM), onde o jornal também protocolou ação que visa a liberação do conteúdo do processo da presidente eleita.

"Ainda que se vislumbre poder estar a ocorrer censura prévia judicial (situação de incontestável gravidade) a dados que deveriam ter acesso assegurado, não há como superar todas as instâncias e desprezarem-se todas as normas processuais do ordenamento para se garantir o trânsito do pleito formulado pela autora", afirmou a ministra em sua decisão.

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O jornal queria ter acesso aos autos antes das eleições para "divulgá-los a tempo de serem úteis à plena informação e formação de convicção" sobre a então candidata do PT. No pedido, a "Folha de S.Paulo" afirmou ainda que o processo ficou acessível ao público durante 40 anos, mas desde abril último os autos encontram-se indisponíveis.

O julgamento no STM foi interrompido, no último dia 19 de outubro, por um pedido de vista protocolado pela Advocacia Geral da União (AGU). Segundo o coordenador de Assuntos Militares da AGU, Maurício Muriack, a União deveria ter sido citada na ação.

A advogada da "Folha de S.Paulo", Taís Gasparian, classificou o pedido da AGU como "intempestivo". Ela disse ainda que a AGU não é parte de processo e afirmou ser importante julgar o assunto com rapidez.

"O julgamento já teve início. É completamente intempestivo o pedido de vista de um processo que já entrou neste tribunal há mais de mês. É importantíssimo que este processo seja julgado com a devida celeridade", afirmou a advogada.

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