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Diretora da Gautama continua presa após depor no STJ

Considerada peça chave no esquema de pagamento de propinas da Gautama, a diretora comercial da empresa, Maria de Fátima Palmeira, foi mantida presa ao final do mais longo depoimento até agora tomado pela ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode julgar neste domingo (27) o pedido de soltura do empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, acusada pela Polícia Federal de comandar um esquema de fraude a licitações públicas.

Segundo a assessoria do STF, o pedido de habeas corpus chegou nesta manhã ao ministro. No sábado (26), Zuleido recusou-se a depor à ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e voltou para a carceragem da PF.

Os advogados de Zuleido também pediram habeas corpus para Vicente Vasconcelos Coni, funcionário da Gautama, mas Gilmar Mendes solicitou mais informações e não deve analisar a soltura neste domingo.

Os advogados devem ainda pedir a liberdade para Maria de Fátima Palmeira, diretora comercial da Gautama, que depôs no sábado. Ela é considerada peça importante na investigação, uma vez que, segundo a PF, era ela quem pagava as propinas em nome da construtora.

Depoimentos

No sábado, Eliana Calmon decidiu manter João Manoel Soares Barros, funcionário da Gautama, preso na PF após depoimento dado por ele.

Ainda no sábado, a ministra determinou a soltura de Dimas Soares Veras, irmão de Zuleido Veras. A prisão foi revogada depois do depoimento de Dimas à ministra. Ele seria responsável pela atuação do grupo no Piauí. Dimas deixou o STJ acompanhado dos advogados logo após o depoimento.

Com a liberdade de Dimas, sobe para 39 o número de libertados dentre os 48 que foram presos desde o início da Operação Navalha. Ao todo, nove permanecem presos, entre eles o próprio Zuleido.

A ministra pretendia ouvir outros cinco presos pela Operação Navalha ainda no sábado, mas transferiu os depoimentos para segunda-feira (28).

Devem depor Abelardo Sampaio Lopes Filho, engenheiro e diretor da Gautama; Gil Jacó Carvalho Santos, diretor financeiro da construtora; Rodolpho de Albuquerque Soares de Veras, filho do dono da Gautama; a funcionária da construtora Tereza Freire Lima; e Henrique Garcia de Araújo, administrador de uma fazenda do Grupo Gautama. O outro preso, Vicente Vasconcelos Coni, já depôs durante a semana que passou.

A fraude

De acordo com a Polícia Federal, a Gautama atuaria infiltrada no governo federal e em governos estaduais e municipais mediante pagamento de propina a servidores e políticos.

A PF apresentou gravações telefônicas em que o empresário estaria negociando supostas propinas com políticos e servidores públicos. Em uma das ligações, Zuleido estaria combinando o pagamento de propina com o deputado distrital Pedro Passos (PMDB), que consegiu a liberação de um crédito suplementar no valor de R$ 3,5 milhões destinado à Secretaria de Agricultura para pagamento da Gautama.

A advogada Sonia Rao, que faz a defesa de Zuleido, nega que ele tenha comandado o esquema, dizendo que "há um certo folclore de que o poder público não pode entrar em contato com os empresários". Ela alega que as conversas gravadas pela Polícia Federal são "técnicas" e que é "normal o empresário pressionar para receber porque o governo geralmente demora a pagar".

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