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Brasília – As ações da Polícia Federal contra a corrupção e contra a lavagem de dinheiro poderiam ser ainda mais efetivas se o órgão respondesse diretamente ao Ministério Público – a exemplo do que ocorre na maioria dos países – e não ao Poder Executivo. A análise é de um policial, com 17 anos de atividade na corporação, e que prefere não se identificar.

Ele considera que o trabalho recente da Polícia Federal não difere muito dos anos anteriores, a principal mudança seria apenas na divulgação das ações. Como exemplo, cita o aumento dos funcionários lotados na área de comunicação social, que passaram a ter contato direto e freqüente com a direção geral do órgão. "Como o combate à corrupção sempre foi uma bandeira do PT, o governo usa as ações da PF nesse sentido", analisa.

O policial explica que, durante o período militar, a Polícia Federal tinha como uma de suas principais atribuições a repressão política. Por isso, era essencial toda a discrição possível em relação às suas atividades. Essa postura teria deixado herança nos governos posteriores. Segundo ele, no governo de José Sarney, Fernando Collor e Itamar, não haveria grande interesse por parte do Executivo em combater a corrupção. "Já Fernando Henrique nunca gostou muito de polícia", diz o policial. "Por isso decidiu criar a Controladoria-Geral da União (CGU)", explica.".

Por sua vez, segundo ele, o governo Lula teria optado por dar maior visibilidade possível às ações da corporação, buscando uma imagem de combate à corrupção. Mesmo assim, o policial não acredita na total independência do órgão, por causa das várias possibilidades de interrupção de um inquérito, especialmente por parte do Poder Judiciário. "Uma assinatura de um juiz pode pôr fim a uma investigação de anos", lamenta.

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