Escolhido nesta sexta (17) por unanimidade como novo tesoureiro do PT, o ex-deputado federal Marcio Macedo (SE) recebeu uma doação R$ 95 mil realizada pela empreiteira Andrade Gutierrez na eleição de 2014. A empresa se tornou alvo da Operação Lava Jato. O valor corresponde a quase 20% dos recursos que a campanha de Macedo arrecadou, R$ 493 mil no total. O repasse foi feito via Diretório Nacional do PT, cujo responsável pelas finanças era, até ser preso esta semana pela Lava Jato, João Vaccari Neto.

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Eleito deputado federal pela primeira vez em 2010 com 58.782 votos – número expressivo para o estado –, após ter sido secretário do ex-governador Marcelo Déda, que morreu em dezembro de 2013, Macedo, contudo, não conseguiu se reeleger ano passado. Obteve 40.814 votos, ficando na suplência para a Câmara.

A Andrade Gutierrez aparece nas delações premiadas obtidas pela Polícia Federal como uma das construtoras que se envolveram no esquema de corrupção da Petrobras. Em uma das delações, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa listou a Andrade junto com outras três construtoras como responsáveis pela doação de R$ 21 milhões ao PT em 2013. Segundo Costa, o repasse ao partido seria propina paga por contratos obtidos em obras na Petrobras. A empreiteira é uma das construtoras alvo de processos administrativos abertos pela Controladoria-Geral da União em razão das investigações da Lava Jato.

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Enfrentamento

O vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), afirmou que a doação não é “problema” para a chegada do novo tesoureiro do partido. “Isso [a doação da construtora] não é problema nenhum. Daqui a pouco vão dizer que doação legal é crime? Qual deputado não recebeu recurso legal de alguma dessas empresas [da Operação Lava Jato]?”, disse.