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O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), disse ao G1 nesta quinta-feira (24) que irá entregar um ofício de advertência ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), na próxima terça-feira (29), por ele ter entregue as chaves do gabinete a um grupo de manifestantes favoráveis ao ex-ativista italiano Cesare Battisti no dia 9 deste mês. "Será apenas uma advertência ao senador, porque não há restrição legal para o ato e não houve prejuízo", explica Tuma.

O corregedor também aproveitará o episódio para enviar um comunicado a todos os senadores. "O meu relatório fará também uma recomendação geral para que os senadores tomem cuidado ao entregar a chave do gabinete a estranhos, já que isso pode colocar em risco o patrimônio da Casa e acabar responsabilizando as pessoas por algum dano", explica Tuma.

O grupo de manifestantes passou a madrugada de quarta-feira (9) na sala do petista e o caso acabou motivando a abertura de ocorrência na Polícia da Casa. Suplicy diz que foi ele mesmo quem cedeu a chave do gabinete aos manifestantes. Suplicy afirmou ter deixado a chave com uma pessoa de sua confiança e que era apenas para os manifestantes usarem o banheiro. O caso foi encaminhado pela Mesa Diretora ao corregedor na quinta-feira (17).

Suplicy negou que o local tenha servido de "acampamento", mas disse que assume a responsabilidade pelo ato. "Não tem sofá no gabinete. Se descansaram, foi no chão e está tudo bem. Não houve qualquer problema. Eu assumo toda a responsabilidade", disse o petista.

O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), questionou a atitude do petista. "Não é um fato grave, mas abre um precedente perigoso. Imagine se todo mundo começar a trazer 10, 15 ou até 50 pessoas para passarem a noite no Senado?". Fortes também criticou o colega por ter permitido o uso do gabinete como "banheiro público".

Relatório

O relatório da Polícia, ao qual o G1 teve acesso, classifica a ação como um "acampamento". "Alguns manifestantes a favor de Cesare Battisti, que se encontravam acampados em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) se deslocaram para acampar no Senado Federal, mais precisamente no interior do gabinete do senador Eduardo Suplicy", diz trecho.

Os manifestantes vieram do Ceará para acompanhar o julgamento de Battisti no STF e pretendiam ficar acampados na Praça dos Três Poderes. Segundo a Polícia do Senado, no entanto, os manifestantes foram conduzidos para o gabinete de Suplicy, que tem um acesso externo pelo estacionamento da Casa.

Na hora que a Polícia do Senado chegou ao local, os senadores José Nery (PSOL-PA) e João Pedro (PT-AM) argumentaram em defesa dos manifestantes. De acordo com o relatório da polícia, os senadores abriram o gabinete para que os manifestantes pudessem pernoitar no local.

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