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Negócios se concentravam na área internacional da empresa | Antonio Lacerda/EFE
Negócios se concentravam na área internacional da empresa| Foto: Antonio Lacerda/EFE

Um esquema de corrupção na Petrobras teria direcionado recursos a políticos do PMDB e até à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. A acusação é feita em reportagem da revista Época citando declarações do engenheiro João Augusto Rezende Henriques, ex-funcionário da estatal que tem atuado como lobista. Em nota divulgada no fim de semana, Henriques nega exercer influência na área internacional da estatal e diz que nunca repassou recursos a pessoas ou partidos. Integrantes da cúpula do PMDB também negam a arrecadação de recursos, assim como petistas envolvidos na campanha de Dilma.

A reportagem da revista afirma que os negócios se concentravam na diretoria internacional durante a gestão de Jorge Zelada, que ficou no cargo até julho. O repasse seria feito principalmente à bancada mineira do PMDB.

Segundo Henriques, de 60% a 70% do dinheiro arrecadado ia para os cofres do partido. É citado ainda que um negócio de R$ 1 bilhão envolvendo a empreiteira Odebrecht teria sido realizado mediante o pagamento de comissões ao PMDB e contribuição de US$ 8 milhões à campanha de Dilma. O acordo teria sido uma compensação ao PMDB pelo fim da CPI da Petrobras, em 2009.

Em nota, o engenheiro negou as acusações atribuídas a ele. "Não exerço, e nunca exerci, qualquer interferência nos contratos da área internacional da Petrobras. Não recebi e nunca repassei qualquer recurso para pessoas nem tampouco partidos, sejam eles PT ou PMDB", diz.

O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), negou, em nota, o recebimento dos recursos mencionados pela revista. "Não houve doação da construtora Odebrecht. João Augusto de Rezende Henriques não tinha autorização ou delegação para falar ou atuar em nome do PMDB, nem para buscar recursos para a campanha". Tesoureiro do partido, o senador Eunício Oliveira (CE) diz não conhecer Henriques e que nenhum dinheiro foi recebido dessa forma pelo partido. "Para o partido não entregou, porque sou tesoureiro." O secretário de Finanças do PT, João Vaccari, responsável por receber o dinheiro para a campanha presidencial, também nega a acusação.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que comandou a oposição no embate da CPI da Petrobras, afirma que a nova denúncia reforça suspeitas anteriores. "A utilização da Petrobras para a captação de recursos para partidos é uma coisa que sempre se comentou na CPI. Era especulado que os partidos indicavam seus representantes e eles atuavam na captação de recursos, sempre no pretexto de campanhas políticas", afirma. Ele informou que vai cobrar a Procuradoria-Geral da República sobre o andamento dos pedidos de investigação feitos desde o fim da CPI, que não evolui devido ao controle da base aliada. O PPS, por sua vez, afirmou que vai entrar com novo pedido de investigação caso a PGR não abra um procedimento específico para o caso.

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