Depois de incendiar o Congresso com declarações em que atribui ao governo Geraldo Alckmin a responsabilidade pela onda de violência em São Paulo e com críticas ao possível acordo do governo estadual com os criminosos, o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, tentou apagar o fogo.
No início da noite, tomou iniciativa de falar com os jornalistas e afirmou que não desrespeitou nenhum político e que não imputou responsabilidade a um governo específico. Não voltou a falar no suposto acordo entre governo paulista e criminosos, mas manteve as críticas aos que, segundo ele, tentaram dividir responsabilidades com o governo federal.
- Não podemos dramatizar essa questão, não podemos aproveitar essa oportunidade para desviar o foco das responsabilidades - afirmou, acrescentando: - Devemos esfriar a cabeça, debater com seriedade, trocar idéias sobre o assunto e trabalhar para que isso não seja usado de forma eleitoral.
Mesmo tentando amenizar, Tarso ainda criticou a reação da oposição a seus comentários.
- A oposição, no momento em que comenta a minha entrevista, retira do centro do debate a questão essencial: o governo federal não admite que tenha responsabilidade em relação a São Paulo, que a segurança pública é de responsabilidade dos estados e que São Paulo é o estado mais rico do país e vem reduzindo os investimentos em segurança pública - disse Tarso.
Segundo Tarso, o governo federal não tem responsabilidade pela crise na segurança pública de São Paulo, pois ofereceu ajuda, colocando à disposição a Força Nacional, a Polícia Federal e as Forças Armadas.
- Então nós estranhamos, nós lamentamos, nós ficamos impactados quando vimos determinadas autoridades em São Paulo querendo jogar no colo do governo federal qualquer responsabilidade pelo que ocorreu em São Paulo. Nós não admitimos - disse Tarso.
Para o ministro, a oposição ficou impactada com a "posição firme" do governo federal em relação à crise em São Paulo. Tarso disse acreditar que a oposição não vai boicotar as votações no Congresso em razão das suas declarações.
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