O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou nesta terça-feira (15) que a Polícia Federal tenha atuado politicamente contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), investigado por suspostamente comandar um esquema de distribuição de propina a aliados.
"Ficou claro que o que se busca são fatos delituosos. As pessoas podem não ser de partido político, podem ser da oposição, da situação, da base, não há essa diferenciação", disse. Segundo Tarso, a PF não tem como foco a investigação de políticos, mas de qualquer cidadão. "Não há inquérito determinado a buscar qualquer político, qualquer deputado ou qualquer governador. O envolvimento das pessoas é apurado depois de julgado", afirmou o ministro.
As declarações foram feitas em resposta à operação Caixa de Pandora, deflagrada no último dia 27, que culminou no escândalo do "Mensalão do DEM em Brasília". A operação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), cujo inquérito aponta Arruda como o comandante de um esquema de corrupção.
Vídeos
Para Tarso, os vídeos que fazem parte do inquérito devem ter sido vazados por particulares. Ele nega que as imagens em que políticos e empresários do DF aparecem supostamente recebendo e negociando propinas tenham sido divulgadas pela PF.
Questionado sobre o escândalo que envolve o governador Arruda, Tarso disse que não iria fazer "nenhum juízo pré-constituído daquilo que é divulgado do inquérito". Ele disse preferir aguardar o trabalho da Justiça, a quem condenar ou absolver os citados na investigação. Ele, porém, avaliou que os fatos que estão sendo divulgados "aparentam ter uma grande gravidade".
"A minha preocupação é que se faca um trabalho técnico de alto nível, mantenha a vanguarda do Estado brasileiro lutando contra a corrupção e a ilegalidade de todo o tipo. Essa é a nossa preocupação", explicou o ministro. "O nosso trabalho em relação ao combate a corrupção vai até a entrega do relatório. Depois, a questão da impunidade e demora é do sistema penal brasileiro, que merece sim reformas", completou.
Tarso defendeu a diminuição do número de recursos possíveis nas ações penais que tramitam nos tribunais. "Isso que gera a impunidade. Não é culpa de juiz, ministro, mas do nosso sistema penal, do sistema legal, que foi feito para punir crimes simples e não crimes complexos."
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