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O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), defendeu nesta segunda-feira (9) a prorrogação por mais 30 dias da CPI dos Grampos para investigar a denúncia da revista "Veja" de que o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz teria montado uma rede de espionagem contra autoridades. A CPI, iniciada em 2007, tinha término previsto para este domingo (15).

Temer afirmou que pretende debater o tema em plenário nesta terça-feira (10). Apesar de a pauta estar trancada por duas medidas provisórias, ele acredita ser possível aprovar a prorrogação por se tratar de medida administrativa. "Vou levar o pedido ao plenário amanhã. Pela minha posição nós devemos prorrogar a CPI com o objetivo de acabar com as gravações ilícitas. Isso não pode ocorrer. Ninguém tem o direito de montar uma investigação por conta própria."

Apesar de o relatório apresentado na semana passada por Nelson Pellegrino (PT-BA) isentar Protógenes, a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o banqueiro Daniel Dantas, Temer acredita que a prorrogação seria importante. "Está muito incentivada a tese de que é preciso coibir investigações paralelas. Precisamos acabar com isso e investigar para apenar aqueles que usam estes meios".

O presidente da Câmara defendeu também uma nova legislação sobre grampos. "Precisamos de uma nova lei que discipline rigorosamente esta matéria, o que não faria mais do que reproduzir a Constituição, que já restringe com a necessidade de autorização judicial." Para Temer, a banalização dos grampos é grave porque faz "com que outros pensem em grampear".

Questionado se tinha medo de ser grampeado, Temer respondeu com bom humor: "Como tem sido dito de vez em quando, em brincadeira, se você não está grampeado é porque não tem importância".

Protógenes Queiroz rebateu em seu blog a reportagem da revista deste final de semana, que diz em matéria de capa que ele havia montado uma "máquina de espionagem" de autoridades brasileiras. O delegado classificou as informações de "mentirosas". Para ele, a publicação da reportagem foi feita de "forma bandida e irresponsável".

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