O presidente em exercício, Michel Temer, disse nesta terça-feira (26) que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, “merece” continuar no comando da pasta. Temer, entretanto, evitou comentar as recentes declarações polêmicas do ministro, como a que o governo estava “perdendo feio” a guerra contra o mosquito da dengue, o Aedes aegypti. “Isso é uma questão da Saúde”, afirmou. Questionado se o ministro continuava firme e forte no cargo, Temer respondeu: “Eu acho que ele merece”.
Apesar de reconhecer que as últimas declarações do ministro da Saúde foram “infelizes” e que o ministro pode cair “pela boca”, a presidente Dilma Rousseff ainda não trabalha com a possibilidade de demiti-lo, segundo interlocutores do Planalto. A avaliação inicial é de que a costura política para que Castro chegasse à Pasta foi difícil e ainda não houve tempo hábil para que ele faça seu trabalho no Ministério.
- Crise do zika e declaração desastrada ampliam desgaste do ministro da Saúde
- Líder do governo quer virar página do impeachment ‘pro bem ou pro mal’
Alguns membros do governo cogitam, inclusive, que parte do desgaste em torno do nome de Castro seja uma espécie de “fogo amigo” ou até mesmo um trabalho de articulação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tirar da pasta um aliado do deputado e líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani. Para interlocutores da presidente, não teria razão para o governo comprar “uma briga” com nenhuma ala do PMDB agora.
Castro chegou ao governo como uma indicação de Picciani, que agora trabalha para permanecer na liderança do partido. Para o Planalto, a permanência de Picciani pode ajudar a frear o processo de impeachment.
-
Afastar garantias individuais em decisões sigilosas é próprio de regimes autoritários
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
Brasil e Argentina: como andam as relações entre os dois países?