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Roberto Requião, Luiz Henrique e Orestes Quércia: articulação para impedir a aliança nacional com Dilma | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Roberto Requião, Luiz Henrique e Orestes Quércia: articulação para impedir a aliança nacional com Dilma| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Oposição entra com nova ação contra Dilma

Brasília - A oposição ingressou ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com mais uma representação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, por propaganda eleitoral antecipada.

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Brasília, São Paulo e Curitiba - A decisão do presidente nacional licenciado do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), de antecipar de 8 de março para 6 de fevereiro a convenção nacional do partido provocou um racha no partido. Sete diretórios regionais da legenda, incluindo o do Paraná, se colocaram contra a decisão – interpretada como uma manobra de Temer para ser reconduzido à direção partidária e ganhar carta-branca para negociar sua própria indicação à vaga de vice na chapa presidencial da ministra Dilma Rousseff (PT).

Diante do risco de o partido entrar em uma guerra interna, a executiva nacional da legenda teve de marcar uma reunião de emergência para hoje a fim de resolver o impasse.

Brigam para fazer a convenção no prazo limite, 8 de março, dirigentes do PMDB do Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Acre. A rebelião foi capitaneada pelos diretórios regionais do Sul e de São Paulo. O grupo dissidente apoia o lançamento do governador do Paraná, Roberto Requião, como candidato do PMDB ao Palácio do Planalto e recusam-se a compor uma aliança com o PT.

Com o lançamento de um candidato próprio, o PMDB dos estados espera poder negociar alianças regionais mais facilmente. Caso contrário, o partido acabaria amarrado ao PT.

Além disso, haveria o interesse ainda de minar uma possível aliança de peemedebistas com Dilma. O presidente do PMDB de São Paulo, Orestes Quércia, por exemplo, em bora defenda o lançamento de Requião à Presi­­dência, tem simpatia pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na disputa presidencial. Apoiar a candidatura de Requião, portanto, seria apenas uma forma de impedir a coligação com o PT na esfera nacional.

A contrariedade do grupo anti-Temer com a nova data da convenção foi expressa por Quér­­cia em encontro com o presidente do partido em São Paulo na última sexta-feira. Temer deixou o encontro sem garantir que desistiria da antecipação.

A oposição interna do PMDB reclama ainda que soube da decisão da executiva nacional por meio da imprensa. "Não houve nenhuma comunicação oficial. Nem a presidente nacional em exercício, Íris de Araújo, sabia", afirmou o vice-presidente nacional Eduardo Moreira, presidente do PMDB de Santa Catarina. O líder catarinense coordenou anteontem uma reunião extraordinária no diretório estadual do PMDB para definir estratégias contra a antecipação da data, entre elas a possibilidade de medidas judiciais para garantir a realização da convenção nacional em março.

A discussão foi acompanhada por telefone por Requião, Quércia e dirigentes do partido no Rio Grande do Sul. "Esse casuísmo só existia na época da ditadura. O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, corroborou as afirmações do colega de partido. Disse que as articulações do grupo pró-Temer querem inviabilizar o lançamento de candidatura própria do PMDB à Presidência da República. "Está me cheirando a golpe para inviabilizar que o partido lance candidato próprio à Presidência da República", afirmou.

Hoje, Requião viaja a Teresina, no Piauí, para prosseguir sua pré-campanha presidencial.

Ameaça pró-Serra

Em outra frente de desentendimentos, aliados de Temer ameaçaram ontem aderir à campanha de José Serra caso o PT não aceite o presidente do PMDB na chapa de Dilma. "O vice da Dilma será o Mi­­chel", disse um dirigente peemedebista. "Se tiver que ser outro vice, talvez não seja da Dilma, e sim do PSDB." Uma ala do PT resiste à indicação de Temer e trabalha por ou­­tros nomes do PMDB, como o do presidente do Banco Central, Hen­­rique Meirelles, ou o do ministro das Comunicações, Hélio Costa.

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