A defesa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) encaminhou na sexta-feira (25), ao juiz Sérgio Moro, uma lista de 41 perguntas ao presidente da República Michel Temer (PMDB), arrolado como sua testemunha de defesa na ação penal a que responde na Lava Jato, em Curitiba. Preso preventivamente desde o dia 19 de outubro e com sua família investigada pela operação, o peemedebista faz perguntas ao presidente sobre assuntos que vão desde as indicações para a Petrobras, passando por disputas internas e divisão de poder no PMDB, até as indicações para a presidência da estatal Furnas e da vice-presidência do fundos de governo e loterias da Caixa Econômica Federal.
Cabe ao juiz Moro encaminhar os questionamentos à Presidência da República. Como ficou acertado antes, Temer optou por responder aos questionamentos dos advogados de Cunha por escrito, uma das possibilidades previstas para as testemunhas arroladas pelos réus.
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Lula
Cunha também chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como sua testemunha. No caso do petista, o depoimento será por videoconferência.
Nessa ação penal, Cunha é acusado pela Procuradoria da República de ter recebido, entre 2010 e 2011, propinas relacionadas à aquisição, pela Petrobras de um campo de petróleo em Benin, na África. O ex-presidente da Câmara é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam recebido propina do esquema na Petrobras.
A ação já havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho. O processo foi remetido para a primeira instância em Curitiba, pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a Justiça Federal em Curitiba, sede da Lava Jato.