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Ex-cabo do Estabelecimento Central de Transportes (ECT), Joelson Basílio da Silva, de 23 anos, admitiu em depoimento que os fuzis roubados na unidade, dia 3, seriam vendidos por R$ 3.500 cada. Preso por envolvimento no ataque ao quartel, o ex-militar confirmou que os dez fuzis seriam distribuídos nos morros de Mangueira, Borel (Tijuca), Complexo do Alemão (Ramos) e Pavão-Pavãozinho (Copacabana). Os chefes do tráfico nas quatro comunidades teriam feito um consórcio para comprar o armamento.

Planejado pelo ex-cabo, o ataque ao ECT, em São Cristóvão, foi executado com apoio de integrantes do tráfico no Complexo do Alemão e Mangueira, para onde as armas teriam sido levadas e enterradas na localidade conhecida como Vila Miséria. Os invasores também teriam contado com a conivência de um militar da ativa. Investigado no inquérito policial-militar (IPM) 02/06, o militar estava de serviço na noite do ataque.

A idéia de realizar o ataque à unidade militar foi levada por Joelson a traficantes do Complexo do Alemão. Morador da Favela Nova Brasília, o ex-cabo serviu no ECT por cinco anos e foi desligado no fim de fevereiro, três dias antes do ataque. No depoimento, o ex-militar tenta justificar a ação , dizendo ter ficado revoltado com a baixa do quartel. Antes do desligamento o ex-cabo já era alvo de investigação por suspeita de envolvimento com o tráfico.

O ex-cabo alega ter participado do roubo por necessidade. Joelson diz no depoimento que estava precisando de dinheiro, justificativa apresentada também pelo ex-soldado Carlos Leandro de Souza, de 22 anos. Morador da Favela do Dique, no Jardim América, Carlos também era investigado por suspeita de envolvimento com o tráfico antes de receber baixa.

Força tarefa continua

O secretário de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, e o comandante militar do Leste (CML), general Domingos Curado, informaram nesta sexta-feira que a força-tarefa formada pelos setores de inteligência das duas instituições será mantida até o fim do Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o roubo de armas do Exército. A informação foi dada em comunicado conjunto das duas assessorias.

Perícia nas armas

As 11 armas recuperadas pelo Exército numa trilha às margens da Estrada das Canoas, em São Conrado, serão periciadas pelo Núcleo de Criminalística (Nucrim) da Polícia Federal. A medida foi determinada na quinta-feira pelo juiz Marco Aurélio Petra de Mello, da 4ª Auditoria da Justiça Militar, e gerou mal-estar no CML. Os responsáveis pelo IPM 02/06 - instaurado para apurar o roubo das armas - defendiam que as análises fossem feitas no 1º Batalhão de Perícia do Exército (BPE).

As armas roubadas estavam com os números de série raspados. Os ladrões, no entanto, não tiveram a mesma cautela ao armazenar os fuzis e a pistola. Ao serem apresentadas pelo CML, na noite de terça-feira, as armas apresentavam ferrugem. Na ocasião, o chefe do Estado-Maior, general Hélio de Macedo Júnior, argumentou que a corrosão seria derivada do acondicionamento impróprio.

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