Empresa que vencer licitação terá de duplicar o trecho

A empresa que vencer a licitação do governo federal para explorar e administrar a rodovia Régis Bittencourt (BR-116) terá de duplicar o trecho de 30 km da Serra do Cafezal.

Segundo a assessoria do Ministério dos Transportes, o governo federal incluiu na licitação a obrigação de duplicação deste trecho.

O Ministério trabalha para lançar até 16 de julho o edital de licitação que vai transferir para a iniciativa privada a manutenção de 2,6 mil quilômetros de rodovias federais espalhadas nas regiões sul e sudeste do Brasil. A estimativa é que a licitação acontece no mês de agosto.

O governo federal já definiu o valor máximo dos pedágios. Nos valores atuais, a BR-116, no trecho entre Curitiba e Santa Catarina/Rio Grande do Sul, é a que teria a maior tarifa: R$ 4,08. A menor também seria na BR-116, mas no trecho entre São Paulo e Curitiba: R$ 2,608.

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O único trecho ainda não-duplicado da rodovia Régis Bittencourt – BR-116 – entre Curitiba e São Paulo, é exatamente o segmento da rodovia com o maior número de acidentes. O trecho é de apenas 30 km, vai do km 359 até o 404, e fica entre as cidades de Juquitiba e Miracatu, em São Paulo.

O trecho da estrada, denominado Serra do Cafezal, registrou no ano passado 305 acidentes e 25 mortes. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF). E somente nos dois primeiros meses de 2007, foram 67 acidentes: em média, mais de um por dia. Segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) de São Paulo, o tráfego no trecho não chega a 10 mil veículos por dia, sendo 70% deles de carga (ônibus e caminhão).

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Ainda de acordo com o DNIT, há estudos para a duplicação deste trecho de 30 km, mas nenhum projeto. A obra, por se tratar de uma rodovia federal, seria de responsabilidade do governo federal. Por ser um trecho de serra, a duplicação implicaria na construção de túneis e viadutos - o que encarece a obra. A assessoria do DNIT informa ainda que em São Paulo, este é o único trecho ainda não duplicado.

Para Fernando Klein Nunes, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Paraná (Setcepar), a pista simples na Serra do Cafezal atrasa as viagens e gera prejuízo aos caminhoneiros e empresas. "A pista simples leva a atrasos nas viagens, principalmente quando precisa ser fechada por conta de acidentes, e ainda temos o prejuízo econômico causado pela perda das cargas e também dos veículos envolvidos, o que tem onerado o custo dos seguros", explica.