Troca de farpas entre os três adversários já começou

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O debate entre os candidatos à presidência da Câmara está marcado para semana que vem. Porém, os ânimos já estão exaltados e a troca de farpas entre os adversários já começou. A jornalistas, Gustavo Fruet (PSDB-PR) criticou duramente, nesta quinta-feira, a interferência do governo na campanha.

O tucano apontou como maior exemplo disso a espera do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fazer a reforma ministerial, aguardando o resultado da eleição. Na véspera, Lula prometera neutralidade na disputa.

- Isso é um sinal muito grave, esperar a disputa na Câmara para definir a reforma ministerial. Porque a Câmara precisa de respeito. Isso passa a impressão de que os derrotados vão ser compensados e os fiéis ao governo, premiados. Isso mostra um grau de dependência do Legislativo muito grande - disse Fruet.

O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), rebateu, por sua vez, a declaração do adversário.

- Eu não tratei disso (da interferência do Executivo na disputa) com o presidente. Isso pode ser uma análise, mas temo não corresponder com a verdade.

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que tenta a reeleição, já havia falado claramente da cooptação de parlamentares com o uso da máquina, nessa eleição. O corregedor da Câmara Ciro Nogueira (PP-PI), um dos coordenadores da campanha de Aldo, disse nesta quinta-feira que depois de o presidente Lula ter dito que o Planalto não interferirá na eleição da Câmara, os ministros deixaram de fazer campanha para Chinaglia.

- O Tarso Genro, por exemplo, estava muito envolvido com a campanha do Chinaglia, mas, nas conversas com parlamentares, depois da declaração de Lula, reduziu esse empenho - disse Ciro.

Debate entre candidatos será exibido pela TV Câmara

O confronto entre os postulantes ao cargo será transmitido pela TV Câmara e deve ser realizado na próxima semana. Aldo convidou seus adversários para discutir, nesta sexta-feira, as regras do debate, proposto pelo grupo da terceira via, do qual o Fruet faz parte. Todos os candidatos já aceitaram o convite.

- Aceito participar sim, só que antes preciso conciliar a agenda, mas voto mesmo a gente consegue é no corpo-a-corpo - afirmou Chinaglia.

Fruet elogiou a iniciativa.

- Concordo com o debate. Ajuda a revelar a tática que cada um usa para conquistar votos. O debate é positivo para analisar contradições de cada candidato e colocar a Câmara em sintonia com a sociedade - afirmou.

Fruet quer ser candidato da sociedade

O candidato à presidência da Câmara pela chamada terceira via, deputado Gustavo Fruet, com uma miniatura do deputado Ulysses Guimarães - Ailton de Freitas/O Glob Além do apoio integral de seu partido, o tucano começou a arregimentar a adesão de entidades da sociedade civil para sua campanha. Em conversa nesta quinta-feira por telefone com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, ele marcou um encontro para a próxima terça-feira às 8h30m. Busato, no entanto, já adiantou seu apoio ao nome de Fruet.

- Sua candidatura significa uma primeira medida de resgate da dignidade daquela Casa de leis e pode representar um passo importante rumo ao resgate da dignidade de um poder que tanto sofreu nos últimos tempos por atos indignos contra a cidadania, como os praticados por aqueles que detinham seu comando, sobretudo naquele triste episódio – que seria cômico se não fosse trágico – da eleição de Severino Cavalcanti para presidente - observou Busato.

Com um boneco de Ulysses Guimarães nas mãos, um presente, Fruet repetiu uma frase do parlamentar falecido: "O caminho da verdade é a controvérsia, o debate e o diálogo".

Fruet também está tentando marcar uma audiência na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O deputado Ricardo Izar (PTB-SP), presidente do Conselho de Ética da Câmara, lamentou nesta quinta-feira que a candidatura da terceira via para a presidência da Câmara Dos Deputados, Gustavo Fruet (PSDB-PR) não conseguiu unir todo o campo que não se afina com as duas candidaturas, de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), consideradas governistas. Segundo Izar, a candidatura de Fruet é "fraca", mas possibilitará a realização do segundo turno.