Orlando Pessuti: ele cobra o acordo feito em 2010.| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Correligionário

Longe de autoridades, Fruet fica menos de 1 hora na posse

Sem chamar atenção, o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR) esteve na posse ontem, mas não sentou no espaço reservado a autoridades e permaneceu por menos de uma hora na cerimônia. O deputado federal, que foi candidato ao Senado neste ano e terminou em terceiro lugar, recusou o convite do governador Beto Richa para ser o novo secretário de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia.

Fruet afirmou que a decisão de não assumir o cargo foi tomada em conjunto. "Eu entendo e o Beto também entendeu que muito mais importante do que passar uma imagem de favorecimento ou de consolo, é pensar em um projeto maior. Pensar no futuro do partido", disse. O deputado ficará sem mandato a partir de fevereiro de 2011.

Segundo Fruet, a decisão de não assumir a secretaria pode até prejudicá-lo em um primeiro momento, mas a longo prazo lhe trará benefícios. "Existem outras maneiras de fazer política. Posso perder visibilidade por não ter um mandato, uma função. Mas, a médio e longo prazo, isso vai mostrar que eu não faço política por carreira ou cargo."

O deputado negou uma possível mudança do PSDB para o PMDB (seu antigo partido). "Não estou cogitando e nem alimentando esta conversa", disse. Em relação à disputa para prefeitura de Curitiba em 2012, Fruet disse que é normal que o nome dele seja cogitado. "A antecipação desta discussão mais atrapalha do que colabora. Há muitas variáveis até 2012 ."

Gabriel Azevedo

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Os discursos de ontem do governador Beto Richa (PSDB) – na cerimônia na Assembleia Legislativa e em frente ao Palácio Iguaçu – foram recheados de alfinetadas contra o ex-governador Roberto Requião (PMDB) – que deixou o cargo em abril do ano passado – e a administração do peemedebista. Com a ideia de renovação permeando toda a sua fala, o tucano criticou de maneira velada o estilo de Requião conduzir o governo.

"Os baixos níveis de capacidade de investimento do estado foram ainda mais deprimidos pelas dificuldades e pela realização de gastos que a prudência não recomendaria. Definitivamente, esse não é o tipo de herança que gostaríamos de ter recebido", afirmou em um dos trechos do seu discurso na Assembleia. A situação do caixa do governo do estado foi um dos motivos de discordância entre a equipe de transição de Richa e a administração anterior.

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Em outro momento, o tucano citou a necessidade de mudanças na administração dos portos de Paranaguá e Antonina, que foram comandados por Eduardo Requião, irmão do ex-governador, durante boa parte da gestão peemedebista. "Os produtores paranaenses não podem mais pagar o preço do descaso administrativo que tantos males tem causado", disse. Um dos maiores problemas dos portos paranaenses durante o governo Requião foi a falta de dragagem, o que dificultou a movimentação dos navios em Antonina e Paranaguá.

A administração de Roberto Requião também recebeu críticas do ex-governador Orlando Pessuti, que assumiu o cargo em abril do ano passado. Além de censurar o antecessor, Pessuti ainda fez questão de destacar o trabalho que realizou nos nove meses em que esteve a frente do governo. "O Paraná que vamos entregar é um Paraná melhor do que aquele que recebi em 1.º de abril de 2010", afirmou Pessuti em discurso durante a cerimônia de passagem de cargo.

O peemedebista Luiz Claudio Romanelli, que foi líder do governo Requião na Assembleia e será secretário do Trabalho na administração Beto Richa, afirmou que as críticas do novo governador ao anterior não causam mal estar. "O que é importante é a essência. O discurso dele é o que nós sempre defendemos", afirmou Romanelli.