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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

A Justiça de Santa Catarina deve definir na próxima semana o futuro do paranaense de Cascavel (Oeste) Rosinei Ferrari, 28 anos, motorista do caminhão Mercedes Benz que causou o acidente que resultou na morte de 27 pessoas na cidade catarinense de Descanso. A tragédia, que aconteceu na BR-282, completou um mês nesta sexta-feira (9).

O delegado Rudinei Charão Teixeira, que é responsável pelo caso, concluiu na quinta-feira (8) o inquérito e o encaminhou à Justiça. Nele, Teixeira indicia Ferrari pelo crime de homicídio doloso eventual. Os empresários Gilmar e Nerci Turatto, proprietários do caminhão que Ferrari dirigia, são co-autores do crime e também devem responder por homicídio doloso. No inquérito, o delegado pede a prisão dos empresários.

Por telefone, Teixeira comentou que mais de 120 pessoas prestaram depoimento. "Ouvimos muitas testemunhas do acidente, familiares das pessoas que morreram e o próprio motorista", disse. "Os empresários não se manifestaram no depoimento", completou. A advogada Solange da Silva Machado, que defende Ferrari e Gilmar e Nerci Turatto, informou que a empresa prestou todo o tipo de ajuda possível e que o delegado está cometendo um equívoco ao indiciar os donos do caminhão. "Apresentamos vasta documentação que prova que o veículo passava por constantes manutenções de prevenção", explicou.

Mas o entendimento do delegado é outro. "Quando o caminhão ficou tombado na rodovia, testemunhas viram mangueiras de ar do freio isoladas. Isso ficou provado no laudo do Instituto Geral de Perícias que concluiu que somente 20% dos freios tinham condições de usabilidade", considerou. O laudo mostrou ainda que a carreta estava a 102 km/h antes da colisão. "Podemos perceber que os donos não tinham zelo pelo veículo, nem com o motorista e tampouco com as pessoas que poderiam se envolver num acidente. Os donos do veículo tinham a obrigação de cuidar do caminhão.", completou, explicando o indiciamento.

Motorista internado

Ferrari foi detido em flagrante ainda na noite do dia 9 de outubro, mas como teve ferimentos foi encaminhado para o hospital. Um mês depois do acidente, o motorista do caminhão permanece internado no Hospital São José, no município de Maravilha, sob escolta de dois policiais 24 horas por dia. A visita está proibida, mas a mulher de Ferrari costuma ir quase que diariamente ao hospital em busca de informações.

Por telefone o clínico-geral e cirurgião Orlando Kono, que trata de Ferrari, disse que o paranaense deve passar por uma cirurgia na semana que vem. "Essa cirurgia é necessária para fechar uma ferida na coxa esquerda provocada pelo acidente. Essa ferida se formou depois que ele arrastou a perna no chão. Abriu uma ferida do tamanho de um punho aproximadamente, que ainda está aberta. A idéia desta intervenção cirúrgica é para fechar essa ferida e evitar infecção", explicou.

Além do problema na perna, Ferrari apresenta problemas na coluna, mas nada que o impeça de se locomover. "Ele hoje consegue andar pelo quarto, mas ele não poderia ir para o sistema prisional, porque a ferida poderia piorar", disse.

Os empresários, donos do caminhão, não foram localizados pela reportagem para comentar o indiciamento. A advogada, no entanto, informou que não acredita que a justiça aceite a denúncia contra o casal Turatto. Sobre Ferrari, Solange informou que os desembargadores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) devem julgar nos próximos dias um habeas-corpus em favor do motorista. O primeiro foi negado pela justiça.

O acidente

Por volta das 19h30 do dia 9 de outubro, um ônibus - que transportava cerca de 40 passageiros de Chapecó para São José do Cedro - se chocou com duas carretas nas proximidades de Descanso, no extremo oeste do estado. Com a colisão, os três veículos caíram em uma ribanceira e pegou fogo. Cerca de duas horas depois, a carreta dirigida por Ferrari perdeu o controle dos freios e acabou atingindo os veículos parados na rodovia, atropelando equipes de resgate e curiosos que pararam para observar a tragédia. Vinte e sete pessoas morreram e mais de 90 ficaram feridas.

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