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Brasília (AG) – O valerioduto, esquema montado pelo publicitário Marcos Valério para fazer repasses de dinheiro a políticos, movimentou R$ 2,6 bilhões entre os anos de 1997 e 2005. É o que concluiu o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que apresentou ontem balanço preliminar dos trabalhos da comissão.

Segundo Serraglio, houve mais saídas do que entradas de recursos nas contas do empresário Marcos Valério. O relatório aponta ainda crescimento das receitas que circularam no esquema entre os anos de 2001 e 2004. Entre os maiores depositantes do valerioduto, estão o Banco do Brasil (R$ 388 milhões), a Telemig (R$ 122 milhões) e a Visanet (R$ 92 milhões).

Serraglio revelou ainda que o valerioduto tem outras fontes de recursos, além dos empréstimos do Banco Rural e do BMG. Apesar de Valério ter afirmado que disponibilizou, por meio de empréstimos, R$ 55 milhões para pagamentos a partidos políticos, o cruzamento de dados na CPI comprovou apenas a saída de R$ 51 milhões de suas contas.

Cruzamentos de dados feitos pelos integrantes da CPI indicam que houve desvio de recursos da Visanet, do Banco do Brasil, para o valerioduto. O relator aponta que, em muitos casos, a Visanet efetuou, por exemplo, adiantamento de recursos para a DNA, agência de Valério, antes mesmo da prestação de serviços. Alguns desses adiantamentos, segundo Serraglio, estão declarados em notas fiscais falsas, o que foi comprovado pelo Instituto de Criminalística.

De acordo com integrantes da comissão, a Visanet teria depositado R$ 23,3 milhões na conta da DNA Propaganda, empresa de Valério. O dinheiro, depois de uma série de operações no Banco do Brasil, serviu para bancar empréstimo que Valério contraiu para repassar ao PT.

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