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O vereador Odilon Volkmann (PSDB) solicitou, nesta quinta-feira (1º), o afastamento da Câmara de Curitiba por 30 dias. O pedido tem relação com a suspeita de a Mercearia Volkmann, de propriedade do parlamentar, cometer fraudes usando o cartão qualidade da prefeitura.

Em nota oficial, Volkmann afirma que a decisão foi tomada para "preservar a Câmara de Vereadores de Curitiba, seu partido político, seus familiares e, principalmente, a sociedade e seus eleitores". O vereador diz ter confiança no Ministério Público do Paraná e na Polícia Civil para o esclarecimento dos fatos noticiados nos últimos dias pela imprensa. A licença é não remunerada.

Ainda de acordo com a nota, Volkmann "voltará a assumir o comando de suas atividades empresariais para tomar real conhecimento dos fatos ocorridos" durante o período de licença.

Segundo o líder do PSDB na Câmara, vereador Emerson Prado, o afastamento temporário de Volkmann foi recomendado pelo partido após uma conversa com o vereador.

Prado ainda garantiu que Volkmann será punido e não descartou a expulsão do vereador do partido. Mesmo assim, a punição ainda não foi definida pelo PSDB.

Suspeita de fraude

O cartão qualidade é usado por funcionários da prefeitura para controle de ponto e acesso a seus locais de trabalho. Além disso, ele contém um chip que permite que seus usuários façam compras em estabelecimentos cadastrados, entre eles supermercados. O valor dessas contas é debitado automaticamente do salário do servidor. Apenas uma parcela do salário pode ser usada para compras nesse sistema.

Segundo a reportagem da RPC TV, funcionários da prefeitura iam à mercearia Volkmann para sacar dinheiro diretamente do cartão qualidade. A mercearia simulava uma compra, dava o valor em dinheiro ao funcionário e cobrava uma taxa de 10% da quantia. Esse dinheiro era debitado no salário do funcionário. Ou seja: na prática, o único lesado era o próprio funcionário, já que os 10% acabavam sendo descontados de seu salário.

De acordo com o corregedor geral da Casa, Roberto Hinça (PSD), a corregedoria pediu cópias das gravações feitas pela reportagem, e convocará o vereador para depor em breve.

Além de forjar compras e cobrar 10% dos servidores públicos, o vereador também retinha os cartões para descontar esses valores aos poucos. Sem saber que estava sendo filmado, Volkmann disse à reportagem da RPC TV que fazia isso para que "o Leão" não o pegasse – o que indica, também, que houve evasão fiscal. O Ministério Público, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Delegacia do Consumidor iniciaram também investigações sobre o caso.

O vereador Emerson Prado disse que não há como negar que houve irregularidade já que as imagens são verídicas.

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