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Curitiba

Vereadora pede apuração sobre jornal “fantasma”

Professora Josete questiona periódico que custou R$ 14 milhões mas que ninguém encontra versão impressa

"Nós queremos saber efetivamente onde esse jornal foi publicado. Fizemos buscas em bibliotecas, mas não encontramos exemplares. Acho estranho que isso aconteça com um jornal com a tiragem de 200 mil cópias."- Professora Josete (PT), vereadora de Curitiba. | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
"Nós queremos saber efetivamente onde esse jornal foi publicado. Fizemos buscas em bibliotecas, mas não encontramos exemplares. Acho estranho que isso aconteça com um jornal com a tiragem de 200 mil cópias."- Professora Josete (PT), vereadora de Curitiba. (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

A vereadora Professora Josete (PT) vai protocolar hoje uma nova representação contra o presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB). Desta vez a denúncia é motivada pelo suposto jornal "fantasma" Câmara em Ação, com notícias sobre o Legis­­lativo curitibano.

Josete deve pedir também a convocação de mais duas testemunhas para serem ouvidas pelo Conselho de Ética: a mulher de Derosso e proprietária da empresa Oficina de Notícias, Cláudia Queiroz Guedes, e sua irmã, Renata Queiroz Gonçalves do Santos, que foi nomeada para um cargo comissionado na Câmara por três meses, no início desse ano – o que contraria determinação do Supremo Tribunal Federal.

Sem cópias impressas

Segundo dados do portal de Controle Social, do Tribunal de Contas do Paraná (TC), a Câmara gastou R$ 14 milhões com a impressão de 50 edições do jornal Câmara em Ação. Entretanto, não foram encontradas até hoje cópias impressas do jornal – apenas arquivos em PDF, nos quais não consta a gráfica na qual o informativo teria sido impresso.

Nos registros do TC, a tiragem do jornal variou entre 156 mil e 243 mil cópias, excetuando cinco edições nas quais a tiragem não foi informada e uma de apenas 54 mil. O número de exemplares supostamente impressos chegou a ser maior que a tiragem diária de todos os jornais de Curitiba. A verba foi gerida pela empresa Visão Publicidade.

De acordo com Josete, o primeiro objetivo das investigações é descobrir se o jornal chegou a ser, de fato, impresso. "Nós queremos saber efetivamente onde esse jornal foi publicado. Fizemos buscas em bibliotecas, mas não encontramos exemplares. Acho estranho que isso aconteça com um jornal com a tiragem declarada de 200 mil cópias", diz Josete. A vereadora afirma, também, que pode sugerir a convocação do proprietário da agência responsável, o publicitário Adalberto Gelbecke Júnior.

Segundo o presidente do Con­­selho de Ética, Francisco Garcez (PSDB), a denúncia deve ser recebida antes do depoimento secreto de Derosso, a ser realizado hoje. Como se trata de uma representação de uma parlamentar, o processo deve ser analisado por uma subcomissão formada por três conselheiros. Os nomes ainda não foram escolhidos.

Quanto à convocação das duas irmãs para depor, Garcez diz que ainda vai consultar os outros integrantes do Conselho de Ética. "Quero saber se eles têm dúvidas. Meu trabalho é conduzir o processo", comenta. "Se um vereador do conselho disser 'quero ouvir', vou convocá-las". O vereador adiantou, também, que deve chamar membros da diretoria de licitação da Câmara para depor. Josete não é membro titular do Conselho.

Denúncias

A denúncia de Josete é a quarta oficialmente feita contra Derosso no Conselho de Ética. O presidente da Casa já havia sido denunciado por contratar a empresa da mulher para serviços de publicidade; de empregar por três meses sua cunhada; e de nomear irregularmente funcionários da Assembleia para cargos comissionados na Câmara. Os dois primeiros casos já estão tramitando no Conselho, enquanto o terceiro aguarda encaminhamento do corregedor da Câmara, Roberto Hinça (PDT).

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