O pagode com Arlindo Cruz acontece na quinta| Foto: Reprodução www.tcvultura.com.br/bembrasil

Nos últimos quatro meses, três prefeitos tiveram os mandatos cassados no Paraná pelas câmaras municipais. O caso mais recente aconteceu há dez dias, com a votação na Câmara de Santo Antônio da Platina que, por seis votos a três, afastou o prefeito José Ritti Filho (sem partido) do cargo. Os três prefeitos entraram com recurso na Justiça para tentar retornar ao posto.

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Além da cassação de Ritti Filho, foram afastados em fevereiro último também o prefeito de Rebouças, José Amilton Massoqueto (PMDB), e a prefeita de Bocaiúva do Sul, Lindiara Santos Berti (PDT). Mas não são os únicos casos de processos para investigar prefeitos. As Câmaras de Jaguariaíva, Pontal do Paraná e Rio Branco do Sul também conduzem ou conduziram recentemente processos de cassação contra seus prefeitos.

A situação entre Executivo e Legislativo nessas cidades geralmente segue um padrão. Os vereadores de oposição são maioria no Legislativo. O discurso comum dos prefeitos é que estão sofrendo perseguições políticas. Os parlamentares negam estar no encalço deles e afirmam seguir critérios técnicos nos processos de cassação.

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Provas

O relator do processo de cassação de Ritti Filho, vereador Paulo Alcântara (PP), diz que votou contra o afastamento do prefeito. "Não encontrei provas que o condenassem. Quem perde com essa briga toda é o município", diz Alcântara. Já o presidente da comissão processante, Celso Schmidt (PMDB), entende que a defesa apresentada pelo prefeito não conseguiu provar que não houve superfaturamento na compra de um terreno para a construção de casas populares. Ritti Filho era acusado de comprar, por R$ 150 mil, terreno que tinha sido oferecido à prefeitura meses antes por R$ 60 mil. "Os argumentos do prefeito não convenceram que houve um bom negócio para o município", diz Schmidt. Ritti Filho teve, na sexta-feira passada, um pedido de liminar para se manter no cargo negado pela Justiça.

Perseguição

Cassada pela Câmara de Bocaiúva do Sul em 27 de dezembro, por sete votos a dois, Lindiara chegou a conseguir uma liminar na Justiça no dia seguinte à cassação, que a manteve no cargo até 13 de fevereiro deste ano, quando o juíz da comarca local reformou a decisão, afastando-a da prefeitura. Para Lindiara, que espera julgamento de recurso no Tribunal de Justiça, a cassação foi motivada por perseguição política. "Nossos inimigos políticos lutaram para derrubar a gente. Pelo menos dois vereadores devem se candidatar no próximo ano", afirma.

Já o presidente da Câmara de Bocaiúva do Sul, Rubens de Souza Pereira (DEM), sustenta que a cassação da prefeita foi um fato desagradável para o município, embora tenhabase com base em ampla documentação. Segundo Pereira, o que pesou nas acusações contra Lindiara foi a suposta emissão de notas frias. Entre as acusações que constavam no relatório da comissão processante estavam supostos gastos irregulares, fraude em licitações e despesas injustificadas.

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