Dois vereadores que deveriam investigar denúncias de irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara Municipal de Curitiba tiveram ligação com empresas ou funcionários que recebiam dinheiro do Legislativo Municipal, revela reportagem da série Negócio Fechado, da RPC TV e Gazeta do Povo.
O presidente do Conselho de Ética, Francisco Garcez (PSDB), era sócio de um jornal que recebia verba do Legislativo. Já Emerson Prado (PSDB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar as denúncias contra o ex-presidente da Casa João Cláudio Derosso, tinha um funcionário em seu gabinete que prestava serviços gráficos para a Câmara.
Além de levantar suspeitas sobre a investigação aberta pelos vereadores, a reportagem revela uma irregularidade. A Lei de Licitações proíbe que funcionários da instituição pública que promove a licitação participem, direta ou indiretamente, da execução do contrato.
Os vereadores negam as irregularidades. Garcez afirma ter deixado a sociedade do jornal. Emerson Prado diz desconhecer a relação entre seu funcionário e a Câmara.
O desrespeito à lei de licitações e a falta de transparência na Câmara são alvos de uma série de reportagens na RPC TV e na Gazeta do Povo. A equipe de jornalismo analisou, durante três meses, mais de 10 mil páginas referentes à execução do contrato de publicidade assinado pela Câmara com as agências que venceram a licitação da Câmara de Curitiba Visão Publicidade e Oficina da Noticia.
Mais informações sobre irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara serão divulgadas nesta quarta-feira (25), na edição impressa da Gazeta do Povo.
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