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Num país onde se respira sensualidade, o remédio mais consumido pelos brasileiros é o Viagra, usado no tratamento de disfunção erétil. São mais de 700 mil comprimidos por mês, números de 2005. Somadas as vendas do concorrente Cialis, os brasileiros consomem por mês 1,18 milhão de comprimidos contra a impotência sexual, o que representa 36% do total de medicamentos vendidos no país. O analgésico Dorflex é o segundo mais vendido nas farmácias

O Viagra, fabricado pela Pfizer, é o campeão de vendas desde seu lançamento, em 2001. Os dados são do IMS Health, instituto que faz pesquisas no mercado farmacêutico. Os brasileiros estão em terceiro lugar no ranking dos países que mais consomem o remédio - só perdem para os americanos e britânicos. Já o Cialis, que chegou ao Brasil em 2003 e é fabricado pelo Lilly, conquistou de cara o quinto lugar entre os mais vendidos e, no ano passado, saltou para terceiro.

E nem mesmo o preço alto assusta os consumidores: uma caixa do Viagra com dois comprimidos custa R$ 56,22. Os preços do Cialis não são diferentes: variam de R$ 50,72 a R$ 101,45. Carmita Abul, coordenadora do Programa de Sexualidade (ProSex) da USP, afirma que 50% dos homens têm algum grau de disfunção erétil, o que explica o sucesso de vendas.

- Essa é uma doença muito comum. E quanto mais velho for o homem, maior a incidência - disse.

Outro fator que impulsiona o consumo é a falta de exigência de receita e a propaganda. Hoje, qualquer um pode comprar na farmácia remédio para disfunção erétil. Os médicos, no entanto, não recomendam o uso do medicamento sem receita.

- Pelo menos 30% dos homens que compram Viagra ou Cialis são jovens - diz Vagner Gutierrez, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sincofarma).

A intenção da juventude, dizem os médicos, é viver um dia de super atleta sexual.

- Mas o medicamento serve para aumentar o tempo de ereção e não o desejo sexual - explicou Fernando Almeida, urologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Segundo ele, para os jovens, o efeito do remédio não existe, é meramente psicológico.

- Já os mais velhos, se sentem 20 anos mais jovens - relatou.

- Os adolescentes acreditam que misturar Viagra com bebidas alcoólicas dá 'barato'. Esse comportamento é perigoso, porque misturar esses remédios com grande quantidade de álcool pode causar um choque anafilático - completou o urologista Rubens Dias.

Até o pai do Viagra, Simon Campbell, é contra o uso de medicamentos por pessoas que não têm impotência.

- O organismo não deve ser exposto a medicamentos sem necessidade - disse.

Apesar do consumo indiscriminado, o Viagra e o Cialis, quando usados de maneira correta, fazem o efeito esperado.

- O homem resgata a auto-estima. A falha na hora do sexo constrange e o afasta cada vez mais da companheira - comentou Carmina Abul, da ProSex.

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