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Uma série de manifestações marcou a passagem da presidente Dilma Rousseff pela capital da Paraíbanesta segunda-feira (4). No ato com maior exaltação, um grupo de mulheres não se conformava por estar ausente da lista de 576 famílias beneficiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida no subúrbio de João Pessoa -- o motivo da visita de Dilma, além da entrega de 22 retroescavadeiras a prefeitos do interior do Estado.

O programa é coordenado pelo Ministério das Cidades, comandado pelo paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP). "Eu quero a minha, eu quero a minha", repetia a aposentada Maria de Fátima, 50, chorando, ao lado da dona de casa Rosangela Pereira, 28, que afirmava morar "de favor".

Elas se conheceram no local e diziam que chegaram a ser contempladas, mas que a prefeitura não confirmou a entrega das chaves. Todas mostravam documentos da Secretaria de Habitação local. "Fui jogada na rua e já espero por um cantinho só para mim desde 2009", afirmou Irenalda Figueiredo, 37.

Quando o evento acabou, o prefeito da cidade, Luciano Cartaxo (PT), aceitou receber o trio para conversar.Em seu discurso, Dilma disse que quem não foi atendido agora não precisa ficar "nervoso nem preocupado"."Nós estamos construindo em torno de 1,3 milhão de casas e falta contratar 1,1 milhão. Então, as pessoas podem ter certeza que elas serão atendidas. Se não der conta de tudo, aí nós contrataremos mais outro milhão. E assim nós iremos garantir que a população deste país tenha uma coisa que é fundamental: um teto sobre sua cabeça", afirmou.

Índios

Outro protesto, este citado no discurso de Dilma, foi o de índios da nação potiguar, situados na aldeia São Francisco, na Paraíba.

Enquanto a manifestação de indígenas acontecia, o presidente do sindicato estadual dos bancários, Marcos Henriques, chamava todos os repórteres presentes ao evento com a presidente, um a um, para mostrar uma carta que entregaria para Dilma. "É grave a situação dos funcionários do Banco do Brasil de João Pessoa", diz o documento, que pede uma melhor distribuição dos lucros das empresas do setor.

Uma quarta manifestação acabou contornada por assessores da Presidência da República.

O deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) passou os últimos dias cobrando na imprensa local que Dilma não poderia ignorar os problemas da seca em sua visita. Chegou a prometer levar cabeças de gado morto pela estiagem caso a presidente continuasse "insensível" com a causa. Deu certo.

O oposicionista conseguiu uma rápida conversa com Dilma e foi colocado até no palanque da inauguração. "Pedi o perdão das dívidas dos produtores rurais e perguntei por que as obras da transposição do rio São Francisco não são tão rápidas quanto às dos estádios da Copa-2014", disse.

'Ói ela'

Pela primeira vez na Paraíba desde que assumiu, em 2011, Dilma se encontrou com o cantor Chico César, natural do Estado, e elogiou a apresentação de um trio nordestino numa espécie de intervalo do evento.

"O grupo folclórico Nova Geração encheu nosso coração de alegria e nos lembrou esse ritmo fantástico que ninguém que escuta consegue ficar parado", afirmou.A primeira das três músicas foi "Paraíba Masculina", de Luiz Gonzaga.De bom humor, Dilma se despediu com uma confidência: "Eu quero dizer para vocês uma coisa: eu fico muito feliz quando eu passo na rua e o pessoal diz assim: 'Ói ela!'; muito obrigada".

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