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Rodrigo Maia comemora a vitória na Câmara | Gilmar Felix / Câmara dos Deputados
Rodrigo Maia comemora a vitória na Câmara| Foto: Gilmar Felix / Câmara dos Deputados

A reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o comando da Câmara nesta quinta-feira (2) traz alívio ao Planalto. Aliado de primeira ordem de Michel Temer (PMDB), o deputado do Democratas deve atuar como garantidor do trâmite na Casa de reformas pretendidas pelo governo federal, como a previdenciária e a trabalhista. Além disso, a vitória já no primeiro turno, eliminando inclusive o representante do Centrão, Jovair Arantes (PTB-GO), indica que eventuais rachaduras na base aliada não devem ganhar robustez.

Maia conseguiu costurar o maior bloco para disputar a presidência da Casa: reuniu 13 partidos políticos, inclusive legendas que já atuaram na linha de frente do Centrão, como PP, PR e PSD. Nas urnas, ele obteve 36 votos a mais do que o necessário para ganhar no primeiro turno.

Jovair, até então considerado a principal ameaça ao favoritismo de Maia, conseguiu 105 votos. Os outros quatro candidatos – André Figueiredo (PDT-CE), Júlio Delgado (PSB-MG), Luiza Erundina (PSol-SP) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) – somaram um total de 101 votos.

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Embora o Centrão também integre a base aliada do governo Temer, Jovair pregou “independência” em relação ao Executivo, ao longo da campanha à cadeira máxima da Casa. O discurso atraiu especialmente o chamado “baixo clero”, menos prestigiado desde o fim da “Era Cunha”.

Criado em maio do ano passado para manter certo poderio de Eduardo Cunha (PMDB) mesmo após sua renúncia à cadeira de presidente da Casa, o Centrão costuma ser classificado como “instável”, daí o temor de qualquer presidente da República.

Mas, Rodrigo Maia, embora oriundo da política tradicional e do chamado “alto clero” na Casa, não deixou de atuar a favor de matérias com apelo geral no parlamento. No final do ano passado, mesmo após as fortes críticas de parte do Judiciário contra as alterações feitas pelos parlamentares no projeto de lei das “Dez Medidas Contra a Corrupção”, o parlamentar do DEM se manteve em defesa da Casa, agradando a maioria.

Bancada do PMDB sai com coesão abalada

Mas o alívio do Planalto ao garantir Rodrigo Maia na presidência da Câmara dos Deputados não significa que os problemas tenham acabado para o governo Temer na Casa. Antes mesmo do resultado da eleição desta quinta-feira, que definiu os 11 nomes da Mesa Diretora, Michel Temer já demonstrava preocupação com a bancada do PMDB, e seus quase dez candidatos à vaga de primeiro vice-presidente da Casa, e eventual substituto de Rodrigo Maia na condução dos trabalhos.

A legenda chegou a fazer uma votação interna para tentar definir um único nome, mas a fragmentação não foi resolvida a tempo: embora Lúcio Vieira Lima (BA) tenha sido escolhido como o nome oficial do PMDB para a cadeira de vice, outros dois peemedebistas se mantiveram na disputa, registrando “candidaturas avulsas”, Fábio Ramalho (MG) e Osmar Serraglio (PR). No plenário, mais uma surpresa: Vieira Lima, que é irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, ficou fora do segundo turno, disputado justamente entre Fábio Ramalho e Serraglio, com a vitória final do parlamentar de Minas Gerais.

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